Do soldado do crime, e a história de uma mãe aflita

Das histórias mais comoventes que ouvi durante minha segunda visita ao Rio de Janeiro, conta uma mãe sobre seu filho que havia acabado de entrar para o mundo das mílicias.

Ela inclusive tinha recém abandonado a própria casa para não testemunhar o possível destino do jovem, cadeia ou cemitério, segundo suas palavras.

No ano passado, aquela genitora - de família bastante humilde - gastara mais de dois mil reais em pizza em certo estabelecimento para o jovem comemorar aniversário de 15 anos com os amigos.

A família sonhava que o rapaz pudesse até fazer parte das forças de segurança pública. Mas ele subira o morro para se tornar "soldado do crime".

A senhora angustiada relata que muitas mães até se orgulham em dizer que o próprio filho é bandido. Todavia, aquela mulher havia declarado com convicção que deixaria sua comunidade, seu antigo lar para trás, porque não queria ser testemunha do filho subindo e descendo o morro, com fuzil em mãos.

Segundo ela, para se tornar "soldado" em tal organização criminosa, o candidato teria que mostrar maduridade, de que é capaz de fazer qualquer coisa, como "tombar" alguém - ou seja, tirar a vida de alguma pessoa. Esse último requisito seria o "batismo" do novo integrante, o que provocava desespero naquela senhora.

comente esta matéria »