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Postado dia 26/01/2023 às 17:31:05

Grupo Muffato compra 16 lojas da Makro e 11 postos de combustível

Com a aquisição, o paranaense Muffato poderá expandir sua atuação no varejo alimentar para a capital paulista

O Grupo Muffato comprou 16 lojas e 11 postos de combustível da Makro, após meses de conversas entre as empresas. A negociação para a aquisição dos ativos do grupo holandês SHV acontece desde o ano passado e contava com a participação do Santander.

Com a aquisição, o paranaense Muffato poderá expandir sua atuação no varejo alimentar para a capital paulista e ampliar sua operação no interior do Estado. Os imóveis comprados ficam em São Paulo (Butantã, Interlagos e Lapa), Guarulhos, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Santo André, São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba (norte e sul), Campinas, Mogi das Cruzes e Taubaté. Os oito imóveis excluídos do acordo de aquisição seguem com a operação usual.

“Em um mundo em constante mudança, estamos sempre analisando nossos negócios, em busca de maior eficiência, produtividade e novas oportunidades. Nesse contexto, fomos contatados pelo Grupo Muffato, que identificou imóveis e ativos extremamente valiosos para o desenvolvimento de seu próprio negócio de varejo no país, e fez uma oferta por tais imóveis e ativos. Assim, o Makro Brasil decidiu seguir com a venda desses imóveis e ativos”, disse, em nota, Antero Filippo, CEO do Makro Brasil.

“Com esta aquisição, avançamos em direção ao maior mercado consumidor do país e reiteramos nossa confiança no Brasil. A oportunidade de atuar em novos mercados traz uma grande motivação a todo nosso time”, diz Ederson Muffato, diretor do Grupo. O acordo está sujeito à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O valor da aquisição não foi revelado. 

O Grupo Muffato havia desistido da compra dos ativos da Makro. Segundo apurou o Estadão, a varejista recuou porque encontrou contingências acima do esperado, especialmente ligadas a passivos trabalhistas e a questões fiscais. O valor proposto pela Makro era de R$ 2 bilhões. “O negócio não avançou por incompatibilidade de interesses, houve desalinhamentos de ambos os lados”, disse Ederson Muffato, em novembro.

Fundada em 1974, em Cascavel, no oeste do Paraná, o Grupo Muffato está hoje em sexto lugar entre as maiores redes do setor, com cerca de 90 lojas, considerando a marca de varejo Super Muffato e o atacarejo Max Atacadista. Presente em 31 cidades do Paraná e no interior de São Paulo, a companhia hoje emprega 19 mil pessoas. Em 2021, o negócio chegou a um faturamento de R$ 10,6 bilhões, crescimento de 17% em relação ao ano anterior. Em 2022, a empresa deve fechar as contas com crescimento de 10%.

Além de aquisições, a abertura de capital na Bolsa, como fez o Grupo Mateus, do Maranhão, está no radar da empresa para expandir a operação no País, mas não no curto prazo. Apesar do assédio de bancos e corretoras, o IPO só será feito quando a empresa entender que existe uma oportunidade de expansão dos negócios além do que consegue fazer com a geração de caixa atual.

Em novembro do ano passado, o Muffato criou sua primeira loja autônoma em Curitiba, que tem pagamento automático na saída, aos moldes das lojas Amazon Go, da gigante do varejo americano. 

Início como armazém de secos e molhados

O Muffato é uma empresa familiar, hoje gerida pelos filhos do fundador Tito Muffato, que criou o negócio junto ao irmão, Pedro, e ao cunhado, Hermínio. Tudo começou com um um pequeno armazém de secos e molhados em Cascavel. As mercadorias eram compradas em São Paulo ou adquiridas por meio de representantes regionais de indústrias. Nessa época, os cereais eram vendidos a granel e pesados na hora.

O negócio teve um ponto de virada a partir do fim dos anos 1970 com a construção da Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, quando a Muffato inaugurou uma loja na cidade. A rede se desenvolveu na década seguinte na região Sul do País, um movimento que durou até metade dos anos 1990.

Em 13 de março de 1996, tudo mudou na gestão dos negócios. Tito Muffato embarcou em uma viagem no avião da família rumo ao Pantanal, onde se dedicaria à pesca por alguns dias, seu passatempo predileto. Nesse dia, o tempo estava ruim e o piloto tentou fazer um pouso de emergência em Foz do Iguaçu. Porém, a aeronave caiu e não deixou sobreviventes.

A esposa Reni e os três filhos Ederson, Everton e Eduardo, que tinham, respectivamente, 18, 16 e 14 anos, precisaram assumir a gestão das oito lojas e dos então 1,5 mil colaboradores. Hoje à frente dos negócios da família, os filhos de Tito foram os responsáveis pela expansão para o interior de São Paulo, em 2002. Nenhum dos três substituiu a posição do pai, optando por uma gestão conjunta dos negócios.


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