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Postado dia 23/11/2021 às 20:55:17

Da parte da Bancada Evangélica que envergonha o Brasil

Estima-se que, da chamada bancada evangélica no Congresso Nacional, façam parte 105 deputados e 15 senadores, o que equivale a 20% do Poder Legislativo federal.

Da mesma forma que outros grupos organizados, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional – FPE (popularmente conhecida como Bancada Evangélica) também tem seus próprios interesses, os quais, às vezes, são contrários ao bem da coletividade.

Há uma perigosa relação entre Igreja e Estado, com o mandante da vez (presidente, imperador, ditador, e outros) se utilizando da religião, para dominação e manipulação popular, como já acontecia na Idade Média.

Presidente Bolsonaro se aproxima da bancada evangélica, comandada por Republicano e integrantes de vários partidos, como forma de apoio a pautas de interesse do governo no Congresso Nacional, e ainda para ganhar apoio do eleitorado de tal segmento.

Por sua vez, usando do tradicional fisiologismo, tal bancada tem defendido benesses e privilégios a líderes religiosos. Como exemplo, no primeiro trimestre desse ano, o Congresso Nacional concedeu anistia a dívidas de igrejas - representando renúncia da ordem de R$ 1,4 bilhão entre 2021 e 2024.

Retribuindo apoio do partido Republicano, que faz parte da base de sustentação, Bolsonaro tenta emplacar, como embaixador brasileiro na África do Sul, o bispo Marcelo Crivella, o ex-governador do Rio de Janeiro, preso e afsstado do cargo. Indicação de Crivella não atenderia interesses nacionais, e sim atuar como porta voz da Igreja Universal do Reino de Deus que, em Angola, é acusado de retirada ilegalmente de 120 milhões de dólares (o equivalente a RS$ 670 milhões) por ano.

Pastores da Universal foram expulsos em julho do ano passado, e grupo de angolanos passou a controlar os mais de 300 templos da igreja brasileira naquele país.

Entre os pastores mais ricos do Brasil, a revista Forbes cita Edir Macedo (US$ 950 milhões)Valdemiro Santiago (US$ 220 mi), Silas Malafaia (US$150 mi) R. R. Soares (US$ 125 mi).

Movimentação bilionária da "indústria da fé" causa espanto e indignação e, por falta de controle, proporciona a prática de uma série de crimes, como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, e outros.

No entanto, do ponto de vista da lei e da Justiça, não há muito o que fazer. A chamada bancada evangélica não tem interesse na causa. Políticos têm receio de levantar tal questão, diante da vindoura reação popular.

Porque o povo ainda vai dizer que "você pode continuar dando dízimos e ofertas", porque se o dinheiro for roubado por falsos profetas, "aí já é acerto entre eles e Deus".

O fato é que igrejas têm que dar exemplo. Ao passo que contam com imunidade tributária, templos religiosos devem emitir cupom fiscal para cada dízimo e oferta, como forma de prestação de contas a seus fiéis, ao Fisco e à socidade.

Infelizmente muitos políticos e também a bancada evangélica, que tem metade de seus integrantes envolvidos em corrupção e outros malfeitos, não desejam fazer a coisa certa.


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