Norte do Paraná

Postado dia 18/03/2017 às 23:40:45

Aposentado vive há um ano e meio dentro de fusca

Há um ano e meio, Waldemar de Souza, de 72 anos, nascido em Piracicaba, vive dentro de um fusca estacionado em frente a um terreno baldio, na rua Miguel Dias, no bairro Centro de Eventos, em Joaquim Távora. A história do aposentado com a cidade do Norte Pioneiro teve início entre as décadas de 1980 e1990, quando ele ainda trabalhava como caminhoneiro.

Seu Waldemar, como é conhecido na cidade, era motorista de uma transportadora de Chavantes – município do interior paulista que faz divisa com o Paraná, e por mais de 20 anos viveu a maior parte do tempo na estrada para sustentar a família. Joaquim Távora sempre esteve em suas rotas de viagem, e foi na cidade com pouco mais de 11 mil habitantes, que já à época, decidiu morar na velhice.

O aposentado conta que não teve filhos, e que tinha nos planos mudar-se para Joaquim Távora com a mulher no futuro. Porém, em 2001, a companheira sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e faleceu. “No início foi muito difícil. Éramos apenas nós dois. Então vendi o pouco que tínhamos (uma casa e um carro) e caí no mundão. Em 2011 eu me aposentei, e há pouco mais de um ano e meio me instalei em Joaquim Távora”, explica.

O bairro de classe média foi escolhido a dedo pelo novo morador, que se preocupava com a segurança e condições básicas para a manutenção pessoal. E foi na rua Miguel Dias que seu Fusca estacionou e funcionou pela última vez. “Eu já conhecia a cidade. Sabia que o bairro é bastante seguro e que nele havia o Centro Eventos, onde poderia utilizar o banheiro para a higiene pessoal e para lavar as poucas peças de roupa que tenho. Então estacionei o carro em frente a um terreno baldio, onde vivo há um ano e meio”, conta Souza complementando. “Recebo pouco mais de R$ 900 de aposentadoria por mês, valor que mal dá para me alimentar. Acordo junto com o sol, por volta das 5h30, e permaneço o dia todo em alguns comércios da cidade. Faço apenas uma refeição por dia, o almoço, e no fim da tarde como uma coisinha ou outra. Antes de me deitar para dormir, por volta das 20h30, leio a bíblia e rezo para Nossa Senhora Aparecida, que me concedeu uma graça quando tinha apenas 7 anos”, concluiu.

O aposentado revela que apesar da dificuldade financeira é uma pessoa feliz, e que não pensa em mudar de vida. “Agradeço a Deus todos os dias pela vida. Apesar da dificuldade em se viver com apenas um salário mínimo, minhas continhas estão todas em dia e minha saúde é boa. Ninguém me incomoda aqui, e eu também não incomodo as pessoas. Mas se um dia isso acontecer, eu procurarei outro terreno baldio para estacionar meu Fusca em frente”, disse sorrindo.

Seu Waldemar tem três irmãos, e disse que o último contato que teve com os parentes foi há 30 anos. 

 

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