Promotoria cobra plano de arborização em Cornélio, Leópolis e Sertaneja

Lei aprovada pela Câmara de Vereadores de Cornélio Procópio, recentemente, torna obrigatória a instituição de um Plano Municipal de Arborização Urbana. Assim que sancionado o decreto, a prefeitura terá um prazo de seis meses para elaborar o projeto nos moldes do manual fornecido pelo Ministério Público do Paraná.

De acordo com a promotora substituta em exercício, Ana Cristina Pivotto Oliveira, o Ministério Público solicitou ao Executivo que tome conhecimento do plano e que comece já a trabalhar em cima de sua criação. As cidades de Leópolis e Sertaneja, que integram a Comarca de Cornélio, também receberam a mesma recomendação da promotoria.

O Plano Municipal de Arborização Urbana é um instrumento complementar ao Plano Diretor do município, e deve estar em consonância com a Lei Orgânica. Além disso, é uma exigência do Estatuto da Cidade, aprovado pelo governo federal em 2001.

Segundo o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, Cristiano Leite Ribeiro, a prefeitura já iniciou o planejamento para a composição do plano e deverá, em breve, dar abertura a um processo licitatório para contratar a empresa que cuidará da elaboração do plano. "O plano garante que o processo de arborização da cidade possa continuar, e até se intensificar, sem atrapalhar o desenvolvimento urbano. Mas, a cidade precisa plantar árvores de forma correta para que isso não provoque acidentes, nem danos ao patrimônio", ressalta Ribeiro.

Pela legislação o município precisa fazer um inventário das espécies já existentes em suas vias para definir quais tipos de árvores são mais adequados para cada ambiente, a preferência deve ser dada às espécies nativas.

O vereador Rafael Haddad, coautor da lei e membro da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Câmara Municipal, afirma que Cornélio Procópio tem muito o que melhorar em relação à arborização urbana, que ele considera falha. Alguns pontos citados por ele referem-se ao tipo e localização das árvores, além da disposição das mesmas em áreas de mais concentração de pessoas.

Ele cita vias importantes, como a Avenida XV de Novembro, que não contam com árvores. "É a via de maior aglomeração na cidade, e que deveria ter um sombreamento, principalmente para o controle da temperatura", justifica. Outro exemplo mencionado pelo vereador é o da Avenida Marechal Deodoro, a única que é bem arborizada. Mas as árvores ali plantadas são consideradas um problema, pois suas raízes invadiram a calçada, danificando o espaço e dificultando o trânsito de pedestres.

Para a bióloga colaboradora do Instituto de Pesquisa em Vida Selvagem e Meio Ambiente, Renata Alfredo, o Plano Municipal de Arborização Urbana é importante também para se plantar espécies adequadas, em locais apropriados, além de indicar a manutenção das espécies. Sobre a atual situação das árvores existentes, ela defende a substituição das plantas inadequadas a longo prazo.

de Carol Santos, para a Folha de Londrina

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