Política

Postado dia 03/03/2023 às 21:45:50

MPF pede afastamento do novo juiz da Vara da Lava Jato

A procuradora Carolina Bonfadini de Sá, do MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná), afirma que o juiz Eduardo Fernando Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, deve ser afastado da Lava Jato.

Ela cita doação e assinatura eletrônica

A integrante do MPF aponta que o magistrado segue, no Twitter, 37 pessoas, das quais 21 seriam políticos aliados do petista. Ela também diz que Eduardo Appio usou a assinatura "LUL22" no sistema eletrônico da Justiça Federal.

O magistrado afirmou que não usa redes sociais. "Essa procuradora trabalha em Ponta Grossa, nem atua em Curitiba. Abraçou uma espécie de caça às bruxas ideológica para se autopromover", disse ele, hoje, ao UOL. "Ela está tentando pressionar o judiciário com base em fake news."

O que acontece agora? O pedido foi apresentado ao próprio juiz. Caso ele não se afaste de suas funções na Lava Jato, a petição será levada ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

No início desta semana, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) havia pedido ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) o afastamento de Eduardo Appio. A representação ocorreu depois de o órgão afastar o juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.

O MPF teve ciência em 28/02/2023, que deputados federais encaminharam requerimento ao diretor-geral da Polícia Federal para abertura de inquérito sobre a suposta doação eleitoral realizada pelo juiz para a campanha do presidente Lula. Entendemos que há quebra da imparcialidade do magistrado para julgamento dos feitos no âmbito da Lava Jato."Procuradora Carolina Bonfadini, do MPF-PR

Appio assumiu no início de fevereiro a titularidade da Lava Jato. Ele está na vaga deixada por Luiz Antônio Bonat, que em junho do ano passado foi eleito desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Ele foi promotor de Justiça no Paraná antes de ingressar na magistratura. O juiz é pós-doutor em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Paraná.

Em participação no UOL Entrevista, o juiz destacou que o petista é inocente das acusações de corrupção que o levaram à prisão. Ele cita o entendimento adotado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que anulou as condenações e considerou Sergio Moro parcial em seu julgamento.

Novo juiz cutucou Moro

No UOL Entrevista, Eduardo Appio alfinetou Sergio Moro, o então procurador Deltan Dallagnol e os demais procuradores da operação pelo vazamento das conversas entre eles na série de reportagens conhecida como "Vaza Jato".

Para o magistrado, os diálogos entre Moro e os procuradores, além da ida do ex-juiz para o governo Jair Bolsonaro (PL), logo após o resultado das eleições, "erodiram a credibilidade" da Força Tarefa.

"Sobre o rumo que a Força Tarefa vai adotar, não sei, porque não conversei ainda com os procuradores, a não ser durante as audiências, e não tenho o hábito de conversar secretamente por Telegram, WhatsApp, esse tipo de coisa", iniciou.

A Força Tarefa foi remodelada pelo procurador-geral Augusto Aras, que ao meu ver foi criticado de forma injusta, porque vieram à luz aqueles diálogos da Vaza Jato. É inegável que aqueles diálogos contaminaram a credibilidade [da operação]. A questão tanto da Vazajato quanto o atual senador assumir o posto de ministro do governo Bolsonaro, praticamente no dia seguinte da eleição, são fatos que erodiram a credibilidade como um todo.Juiz Eduardo Aippo. 


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