Política

Postado dia 28/02/2021 às 21:24:20

O que Bolsonaro poderia aprender com os filmes de Hollywood

Diante de uma grave crise ou iminente tragédia, governos sérios ou mesmo grandes empresas colocam em ação seu “gabinete de crise”, “sala de guerra”, de “gestão de crise”, ou “situation room”. Convocam pessoal qualificado, especialistas, para avaliação, monitoramento e busca de solução para os problemas.

No manejo da crise da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro poderia ter aprendido algo com filmes apocalípticos de Hollywood. No entanto, o líder máximo desdenhou do vírus, afirmou por duas vezes que se tratava de uma “gripezinha”, tentou sabotar o combate ao novo coronavírus e ainda espalhou informações equivocadas acerca do tema.

A devida importância ao assunto possibilitaria a percepção do gigantesco meteoro vindo em direção a terra, ou mesmo alienígenas que já haviam destruído várias capitais do mundo. Diante de tal clara constatação, o país poderia se preparar para o “´pior”, seja com investimento no desenvolvimento de sua vacina, com garantia de recursos orçamentários para enfrentamento de tal cenário, e aprovação de normais legais para atendimento da nova realidade.

Alguns poderiam indagar: “mas como imaginar que a pandemia seria tão intensa?” No entanto, devido monitoramento do caso no mínimo teria condições de perceber o tamanho da “tragédia”.

Além de produção hollywoodiana, Bolsonaro deveria ainda ter tirado lições da Segunda Guerra Mundial, com o caso do Japão destruído, quando uma nação inteira se uniu com propósito único. Porém, o presidente tem perfil desagregador, de governo que acontece só por meio de falácias em redes sociais. O capitão reformado poderia se inspirar ainda no ex-presidente americano Barack Obama que, em janeiro de 2010, diante da tragédia do Haiti, trouxe ao seu lado seus antecessores Bill Clinton e George Bush para coordenação de arrecadação de fundos para obra de reconstrução do país caribenho.

Há ainda exemplo do presidente Emannuel Macron que, diante do incêndio da Catedral de Notre-Dame, de Paris, em abril de 2019, mobilizou empresas e multimilionários para doação de fundos para restauração do centenário monumento católico. No Brasil, multimilionários tem dado sua colaboração em tempos de pandemia, mas falta ainda a figura do presidente da República que sirva de união e inspiração.

Intensidade da atual crise no Brasil, com novas medidas restritivas em vários estados, decorre principalmente de incompetência administrativa do governo federal, de falta de planejamento e de saneamento das contas públicas. Quem tem mais dinheiro poupado, deve menos e tem mais crédito na praça, sofrerá menos em tempos de “vacas magras”.

Em época de bonança, reparte-se o “lucro” para alguns poucos segmentos, e em momentos de crise, socializa-se o “prejuízo”. Ou sejam quem sofre mais é a maioria da classe trabalhadora.


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