Norte do Paraná

Postado dia 01/05/2018 às 05:34:19

Castelo abriga uma vinícola em Bandeirantes

Como explicar a existência de castelos em pleno solo paranaense, em locais tão distantes cronologicamente das relações conflituosas da Idade Média? Os senhores feudais, sejam eles europeus ou asiáticos, construíam fortificações enormes em terrenos elevados com o objetivo de facilitar a defesa contra ataques externos. Os castelos eram a residência particular fortificada de um lorde ou nobre, e eram o centro da vida econômica, social e política. 

Nos castelos paranaenses o objetivo é mais estético do que de segurança e as construções impressionam. Um exemplo é o espaço que abriga uma vinícola em Bandeirantes (Norte Pioneiro). Trata-se de uma construção sólida que se assemelha a construções da baixa idade média. O proprietário do castelo e idealizador da obra é José Aparecido Martins, que trabalhou pessoalmente na construção da fortaleza. 

O castelo foi edificado em um terreno de cinco mil metros quadrados. Possui 25 metros de altura e foram utilizadas 50 mil pedras, todas lapidadas manualmente ao longo de sete anos. O mais impressionante é que a obra foi conduzida por apenas três pessoas, que cortaram a pedra utilizando apenas marretas e talhadeiras. Isso porque os cortes com máquinas cortadeiras modernas conferiam um aspecto liso demais. Além disso, a madeira utilizada foi de reflorestamento ou de demolição e muitos móveis foram feitos pelo próprio Martins. O forro do teto, por exemplo, é de uma tulha que foi demolida. "Eu sou artista plástico e fiz boa parte dos móveis e portas sozinho. Um dos machados foi feito pelo meu avô e os outros eu mesmo fiz. Os demais móveis tive ajuda da família. Meu genro gosta de antiguidade e quando vê uma peça antiga traz para cá", apontou. 

Inaugurado em julho de 2011, Martins revelou que a inspiração para a construção do castelo foi intuitiva, já que ao iniciar a obra em 2004 não tinha sequer acesso à internet para poder pesquisar imagens de castelos europeus. Ele só notou certa semelhança com a Torre de Belém, em Lisboa (Portugal), depois de a obra ficar pronta, embora atribua essa semelhança ao acaso. Os detalhes impressionam. Ali podem ser encontrados elementos como a flor de lis, a cruz de Malta ou gárgulas. 

O castelo da vinícola La Dorni tem capacidade para receber 300 pessoas em vários ambientes. No subterrâneo existe uma cava, em que são mantidos os licores produzidos pela casa. No térreo há o hall de entrada, uma sala de estar, além de um pátio interno, que serve de ligação com as escadarias do piso superior. Na segunda torre é possível ter uma boa vista da cidade. Além de ser a sede da vinícola, o local é alugado para eventos.

por Vítor Ogawa, da Folha de Londrina


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