Política

Postado dia 24/03/2015 às 12:02:58

Para Gaeco, organização criminosa ajudou a agravar situação financeira do Paraná

Um “portfólio da corrupção”. Desta forma, o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Renato de Lima Castro resumiu a atuação da rede de cobrança de propina supostamente instalada na Receita Estadual de Londrina. Servidores do órgão, investigados pelo Gaeco nas operações Voldemort e Publicano, ofereceriam “opções” de valores aos empresários. A tabela das mensalidades de propina chegava a R$ 50 mil, como revelado pelo promotor em uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (24).

“É como se fosse uma pasta, em que havia várias possibilidades para o empresário aceitar a corrupção a ser estabelecida”, declarou Lima Castro. Os fiscais ofereceriam, segundo o promotor, opções para fraudar o Fisco por meio de notas fiscais falsas e declarações falsas de crédito. Antes de cobrarem as mensalidades, os servidores da Receita Estadual impunham aos empresários valores cujas cifras chegavam a R$ 200 mil, de acordo com Lima Castro. “É uma série de comportamentos ímprobos e criminosos que assusta qualquer pessoa. Até mesmo os investigadores”, disse.

Para o promotor do Gaeco, o modo de operação do que ele classificou como uma “organização criminosa” instalada dentro da receita é altamente sofisticado. O esquema contava com a participação de pessoas e empresas para a lavagem do dinheiro obtido ilicitamente. “Alguns fiscais podem ficar ofendidos, mas o que o Ministério Público está demonstrando é que há uma organização criminosa dentro da Receita Estadual em Londrina”, avaliou.

O promotor não soube precisar a quantia de dinheiro desviada pelos integrantes do esquema. Mas, para Lima Castro, o montante é muito grande. “Posso afirmar que estas pessoas, este grupo especializado no cometimento de crimes conta a administração pública, não arrecadam dinheiro para os cofres públicos. Existe uma união de esforços para que estas pessoas arrecadem dinheiro para seus bolsos, para enriquecimento próprio”, disse.

A atitude, ressalta o promotor, teria colaborado para piorar ainda mais a situação financeira do estado do Paraná. A falta de recursos foi a justificativa do governador Beto Richa (PSDB) para atrasar, entre outros itens, o pagamento do terço de férias ao funcionalismo público – o fato motivou diversas greves em todo o estado.

“É fato que o estado do Paraná está com uma dificuldade financeira absurda. E certamente esta dificuldade financeira está muito assentada nesta corrupção endêmica que espraia seus efeitos em todos os municípios do Paraná”, concluiu Lima Castro.

do Jornal de Londrina


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