Norte do Paraná

Postado dia 25/07/2021 às 00:33:28

Ex-prefeito de Assaí queria fazer 'caixa 2' com contratações em Saúde

Poucos meses após assumir o cargo, o então prefeito Luiz Alberto Mestiço Vicente (2013/2016) interrompeu o projeto de Assaí em se consolidar como pólo regional em Saúde.

Até então o hospital municipal terceirizado oferecia dezena de especialidades, com pactuações com quase 20 cidades do Norte Paranaense, por meio do Instituto de Saúde Pró-Vida. A instituição atuava como Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e encaminhava para se transformar em Santa Casa.

No entanto, o ex-prefeito decidiu romper o contrato com o Pró-Vida, de forma unilateral, ainda em agosto de 2013.

Segundo o médico Francisco Vieira Filho, o ex-gestor Luiz Mestiço "não gostava do Pró-Vida porque queria propina. Ele possuía diversos processos e queria fazer ‘Caixa 2’ com o Hospital, o que não deu certo". O profissional da Medicina ainda relata que, durante a campanha eleitoral de 2012, o entäo candidato a prefeito havia lhe pedido R$ 40 mil, por meio de advogado seu.

Quanto à alegação de suposta "propina" e "caixa 2", há vários eventos e circunstâncias demonstrando que o ex-chefe do Poder Executivo tinha interesses pessoais e financeiros quanto a contratos na área de Saúde. Vejamos:

- Contratação da empresa Atual Médica, de Quitandinha (PR), envolvida em esquema de corrupção em Foz do Iguaçu, conforme demonstrado pelo quadro "Cadê o Dinheiro Que Tava Aqui?", do "Fantástico";

- Mesmo sem bens e equipamentos próprios, e sem oferecer especialidades, a Atual Médica passou a ganhar R$ 290 mil mensais para gerenciamento do hospital municipal, enquanto o Instituto de Saúde Pró-Vida recebia apenas R$ 166 mil/mês, dois meses antes;

- Contratação da empresa fantasma Casaçola & Casaçola, de São Sebastião da Amoreira, sem sede, funcionários, nem experiência de dois anos, como previa edital de licitação, pois fora aberta no mês anterior;

- Após perder a eleição, finalizou contratos na área de saúde, de empresas e profissionais que prestavam serviços no hospital municipal, para atrapalhar a gestão de seu sucessor Acácio Secci (2017/2020);

- Deixou de cumprir recomendações administrativas do Ministério Público para regularização de pessoal e realização de concurso principalmente na área de saúde;

- Utilizou recursos públicos para quitação de encargos trabalhistas de empresa que prestava serviços no hospital municipal.

- Ameaçou romper contrato com a empresa Limpolon, de Londrina, que se recusava a recontratar duas funcionárias, e caso foi parar na Justiça;

- Nomeação para diretor da farmácia municipal o médico Roderjan Luiz Inforzato, ex-prefeito de Santa Amélia, afastado do cargo por três vezes pela Justiça, devido a casos de corrupção;

- Com a terceirização de mão de obra na saúde, transformação do hospital em "cabide de emprego", ao garantir vaga para amigos e correligionários.

 


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