Lula sai derrotado no Paraná, e PT encolhe

Dentre as lideranças nacionais, o presidente Lula (PT) é o maior derrotado nas eleições paranaenses. O PT elegeu no Estado os prefeitos de três pequenas cidades (São João do Triunfo, Santa Maria do Oeste e Paraíso do Norte) cuja população somada, de 40 mil habitantes, é similar à do Portão, bairro médio de Curitiba (comparar à população da CIC, com seus 160 mil moradores, seria humilhante).

Mas o desempenho pífio do PT paranaense não terá impacto sobre Lula ou o governo. Há bastante tempo a seção paranaense do Partido dos Trabalhadores tornou-se pouco relevante no tabuleiro nacional petista. A deputada federal Gleisi Hoffmann assumiu a presidência nacional do PT, dois anos atrás, muito mais por suas ligações pessoais com Lula e seus méritos pessoais, e não porque isso refletisse força ou representatividade do diretório estadual do PT.

O auge do PT em eleições municipais paranaenses, no ano 2000, quando o partido elegeu os prefeitos de Londrina, Maringá e Ponta Grossa – um prenúncio da grande vitória de Lula em 2002 – tornou-se uma miragem. As novas gerações de militantes sequer conhecem os personagens daquelas façanhas históricas, como Nedson Micheletti (Londrina) e Péricles Mello (Ponta Grossa).

A performance nas urnas em outubro indica que nas eleições de 2026 o PT do Paraná terá de se conformar com um papel subalterno, indo a reboque de coligações progressistas com o PSB e o PDT. Ou arriscar um retorno às origens, em que o partido lançava candidatos próprios – sem alianças ou em coalizões puras de esquerda com o PCdoB e outros grupúsculos esquerdistas – para expor sua plataforma política, não importasse que suas chances eleitorais fossem irrisórias.

Tudo isso entrelaçado com o grande debate que a esquerda e o PT precisam fazer para descobrir como sobreviver à maré montante do conservadorismo de direita avassalador que domina o País.

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