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Política
Postado dia 29/10/2024 às 11:29:45
Deputados mapeiam votos e fazem as contas para 2026
O resultado das urnas deste outubro nada vermelho, no Paraná, serve de principal parâmetro para os deputados estaduais e deputados federais medirem suas possibilidades para 2026. Eles precisam do apoio dos novos prefeitos e vereadores para garantir a própria reeleição em 2026 ou terão de redimensionar seus projetos políticos.
Muitos deles passaram as últimas semanas fazendo contas e queimando as pestanas para decidir que rumo tomar. No perde e ganha de bases municipais que asseguram votos essenciais para a reeleição, alguns deputados – talvez muitos – começam a refazer seus planos para daqui a dois anos.
Uma decisão difícil a ser tomada é se vale a pena permanecer no atual partido. O PSD do governador Ratinho Júnior, por exemplo, com uma bancada estadual de 16 deputados – a maior na Assembleia Legislativa – tornou-se um partido “pesado” para reeleição.
A concorrência interna no PSD será acirrada, ainda que o partido consiga alinhavar uma ampla coligação com siglas menores que forneçam os “legendeiros” para as eleições estaduais, circunstância que decorre das características do sistema eleitoral proporcional, em que os candidatos eleitos se beneficiam das votações de seus partidos ou coligações, e não apenas de seus próprios votos.
Há deputados considerando a hipótese de mudança de sigla (para muitos, essa é a única forma de sobrevivência política) e não será surpresa se na próxima “janela” de desfiliações houver movimentação atípica, acima do comum.
A eleição de mais de 160 prefeitos pelo PSD, em todo o Estado, induz à ideia enganosa de que os deputados pessedistas farão uma excepcional colheita de votos em 2026, com tantos municípios controlados pelo partido. Mas esse raciocínio não funciona de maneira homogênea para todos os parlamentares.
Alguns deputados, de fato, ampliaram espetacularmente suas bases de apoio – o caso de Alexandre Curi é o mais emblemático de todos, com mais de cem prefeitos e vice-prefeitos eleitos com apoio dele. Mas, no reverso da medalha, outros notaram, alarmados, suas redes de apoio municipal encolherem em regiões em que havia muitos anos eles mantinham o mando político-eleitoral, inclusive em municípios de grande porte.
A partir do dia 1º de janeiro esses deputados vão ter de lidar com uma nova realidade: eles serão os representantes de um número menor de municípios na Assembleia, o que significa menos influência no Palácio Iguaçu e, consequentemente, menos votos.
Em dois anos é possível acomodar posições hoje vistas como aflitivas – e as variantes são muitas, inclusive a provável candidatura de Alexandre Curi a um cargo majoritário (Governo, vice ou Senado). Mas nos bastidores é dado de barato que a eleição municipal marcou o final de um ciclo para uma geração. A eleição para a presidência da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia, a ser realizada após a posse da nova comissão executiva da Casa, funcionará como um termômetro a testar a temperatura neste inevitável choque de gerações.
Os alquimistas do terceiro andar do Palácio Iguaçu já demonstraram sua habilidade na intermediação das relações políticas e institucionais entre deputados e prefeitos. Mas até para eles há limites no manejo das ambições políticas de aliados e correligionários.