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Norte do Paraná
Postado dia 07/08/2024 às 14:11:49
A camuflagem do racismo: quando o preconceito se esconde atrás de amizades e outros laços
O ex-prefeito de Assaí (PR), Luiz Alberto Vicente (PL), o Mestiço, presta um desserviço à população ao reduzir importante discussão sobre combate ao racismo ao simples embate político-eleitoral.
Ao invés de tratar de investigação que apurou o caso, o ex-gestor (2013/2016) decidiu atribuir a demissão da professora da rede municipal de ensino à suposta perseguição por parte da atual administração (2021/2024).
Em tom de ironia, Mestiço postou foto de filho da servidora, comentando que "a professora, mãe desse rapaz, é racista, preconceituosa contra negro. Esse aí é o loiro de olhos azuis, filho dela, só não dá pra ver a cor dos olhos devido aos óculos, mas são azuis".
Principalmente na pequena localidade, Assaí, considerada como a "cidade mais amarela do Brasil", o racismo é uma realidade dolorosa e persistente na sociedade. Muitas vezes, ele se manifesta de maneira sutil, camuflado por palavras e atitudes que parecem inofensivas à primeira vista. Um exemplo disso é quando pessoas preconceituosas afirmam ter amigos, colegas de trabalho ou funcionários negros para negar qualquer viés racial.
É comum ouvir então alguém dizer: “Não sou racista, tenho amigos negros. Minha família tem ascendentes negros. Essa afirmação, no entanto, não é uma prova de ausência de preconceito. Ter amigos de diferentes origens é positivo, mas não invalida atitudes racistas.
Essa estratégia de camuflagem se mostra perigosa porque mascara o verdadeiro problema. Quando alguém usa a desculpa de ter amigos negros para justificar atitudes preconceituosas, perpetua a ideia de que o racismo não existe. No entanto, a amizade não é uma licença para perpetuar estereótipos e discriminação.
No caso por ora em discussão, integrantes da comissão nomeada para o procedimento administrativo disciplinar instaurado pelo município de Assaí reuniram elementos que demonstram alguma forma de discriminação ocorrida na escola.