Norte do Paraná

Postado dia 11/05/2024 às 17:32:07

Ex-prefeito de Assaí destruiu a Saúde, perseguiu pacientes, e agora se esquece

Por meio da rede social, o ex-prefeito de Assaí (PR), Luiz Alberto Mestiço Vicente, ataca a atual administração municipal pela condução da área da Saúde, mas se esquece de atos seus durante a gestão 2013/2016.

Ele afirma que, durante seu mandato, o hospital municipal contava com 70 funcionários, onde eram realizados aproximadamente 50 cirurgias por mês. Só se esqueceu de dizer que havia transformado a Saúde em verdadeiro "cabide de emprego".

Havia nomeado para diretor da farmácia municipal o médico Roderjan Luiz Inforzato, ex-prefeito de Santa Amélia, afastado do cargo por três vezes pela Justiça, devido a casos de corrupção. 

Ao terceirizar quadro de pessoal, a gestão Luiz Mestiço tinha contratado a empresa fantasma de São Sebastião da Amoreira, Luiz Aparecido Casaçola & Casaçola Ltda (pagamento de R$ 908.855,00, pelo período de 12 meses), que não tinha sede nem funcionários, aberta durante o andamento do processo licitatório, a um mês da apresentação dos envelopes de propostas a administração municipal, sem observância dos dois anos de atuação na área, conforme exigia o edital daquele certame.

Diferentemente do alegado por Luiz Mestiço, melhor período da Saúde pública em Assaí se deu justamente durante gestões do então prefeito Michel Ângelo Tuti bomtempo (2005/2008 e 2009/2012).  Verdade é que, poucos meses após assumir o cargo, o então prefeito Luiz Alberto Mestiço Vicente (2013/2016) interrompeu o projeto de Assaí em se consolidar como pólo regional em Saúde.

Até então o hospital municipal terceirizado oferecia dezena de especialidades, com pactuações com quase 20 cidades do Norte Paranaense, por meio do Instituto de Saúde Pró-Vida. A instituição atuava como Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e encaminhava para se transformar em Santa Casa. No entanto, o ex-prefeito decidiu romper o contrato com o Pró-Vida, de forma unilateral, ainda em agosto de 2013.

Inclusive o médico Francisco Vieira Filho (in memoriam), havia dito que o ex-gestor Luiz Mestiço "não gostava do Pró-Vida porque queria propina. Ele possuía diversos processos e queria fazer ‘Caixa 2’ com o Hospital, o que não deu certo". O profissional da Medicina ainda relatava que, durante a campanha eleitoral de 2012, o entäo candidato a prefeito havia lhe pedido R$ 40 mil, por meio de advogado seu.

Mesmo sem bens e equipamentos próprios, e sem oferecer especialidades, na gestão Luiz Mestiço, a Atual Médica passou a ganhar R$ 290 mil mensais para gerenciamento do hospital municipal, enquanto o Instituto de Saúde Pró-Vida recebia apenas R$ 166 mil/mês, dois meses antes. Inclusive a Atual Médica, de Quitandinha (PR) esteve envolvida em esquema de corrupção em Foz do Iguaçu, conforme demonstrado pelo quadro "Cadê o Dinheiro Que Tava Aqui?", do "Fantástico".

O prefeito Acácio Secci (2017/2020) também teve conturbada sua gestão à frente da Saúde por causa de atos de seu antecessor. Após perder a eleição em outubro de 2016, Luiz Mestiço havia finalizado contratos de empresas e profissionais que prestavam serviços no hospital municipal, para atrapalhar a gestão de seu sucessor Acácio Secci.

Em sua política de transformar a administração pública em "cabide de emprego", Mestiço ainda deixou de cumprir recomendações administrativas do Ministério Público para regularização de pessoal e realização de concurso principalmente na área de saúde.

Também após a derrota eleitoral de 2016, Mestiço demitiu estagiários, alegando, falsamente, que a recontratação daquele pessoal ainda naquele ano, apesar de vedação por lei, dependeria de concordância do prefeito então eleito Acácio Secci, que tomaria posse somente a partir de 1º de janeiro de 2017.

Perseguição a alguns, e favorecimento a outros

Durante a gestão 2013/2016, houve o afastamento de um médico do hospital municipal de Assaí, somente após o terceiro caso de mau atendimento. Entre as três ocorrências, estavam aquelas relacionadas ao irmão do comerciante Nilson Manoel da Silva e à filha do Eduardo Guadagnin. Ocorre que, ao invés de apurar as circunstâncias do mal atendimento relatado pela rede social, o ex-prefeito Luiz Mestiço havia decidido atacar a família Guadagnin por meio da rede social.

O Poder Judiciário teve que ser acionado durante aquela gestão, diante de ameaça de rompimento de contrato com a Limpolon Serviços de Limpeza, de Londrina, responsável pela terceirização de pessoal para o hospital municipal, diante da recusa de recontratação de duas servidoras amigas do então prefeito Luiz Mestiço. 

Em ação civil pública que resultou em acordo para pagamento de multa no valor de R$ 4.000,00, o Ministério Público considerou que o gestor público utilizou programa de Frente de Trabalho para contratação de eleitores e apoiadores seus.


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