Norte do Paraná

Postado dia 24/07/2021 às 03:16:32

Dr. Vieira aponta irregularidades da gestão do ex-prefeito Luiz Mestiço

Em depoimento em ação penal proposta pelo Ministério Público do Estado do Paraná, o médico Francisco Vieira Filho enumerou uma série de irregularidades da gestão do então prefeito Luiz Alberto Mestiço Vicente (2013/2016).

Àquela época Dr. Vieira era responsável pelo Instituto de Saúde Pró-Vida, que gerenciava o hospital público municipal de Assaí, desde janeiro de 2006.
 
Primeira contratação previa o repasse de R$ 76 mil pelo município, destinados ao pagamento de funcionários, encargos sociais, plantões e especialistas. Diante do hospital sucateado, a nova empresa teve também que investir em bens e equipamentos.
 
Após sucessiva contratação e termo aditivo, valor do repasse mensal teve aumento para R$ 120 mil, e chegando a R$ 166 mil, em agosto de 2013, quando o ex-prefeito Mestiço rompeu contrato com o Pró-Vida. Aí começam as irregularidades.
 
Ocorre que a prefeitura acabou contratando a Atual Médica, de Quitandinha (PR), empresa já exposta no quadro "Cadê o Dinheiro Que Tava Aqui", devido a irregularidades na Saúde, em Foz do Iguaçu. Então dois meses depois, o repasse do município de Assaí passou de R$ 166 mil para R$ 290 mil para a Atual Médica, que além de utilizar, sem pagar, equipamentos do Pró-Vida, também já não oferecia especialidades médicas como anteriormente.
 
Para começar a trabalhar em Assaí, Dr. Vieira havia vendido fazenda de R$ 2 milhões. Teve então que investir mais de R$ 1 milhão em equipamentos e no hospital de estrutura sucateada, que não contava com muro. Também gastou R$ 76 mil em uma unidade semi-intensiva.
 
Devido a denúncias infundadas do ex-prefeito, o Ministério Público acabou ajuizando ação penal por supostos desvios de dinheiro por meio da contratação do Pró-Vida. Inclusive Mestiço reiterava em rede social que o Ministério Público havia pedido pena de mais de 100 anos de prisão para Dr. Vieira, ex-secretário municipal de Saúde e agentes políticos envolvidos em tal contratação. No entanto, sentença judicial de 21 de julho de 2021 considerou improcedente aquela ação judicial.
 
À época da prestação do serviço, entre pactuação com outros municípios, a arrecadação do Instituto de Saúde Pró-Vida somava R$ 380 mil por mês, e as despesas chegavam a R$ 400 mil. Para cobrir tal diferença, o responsável utilizava a venda de soja oriunda de sua fazenda, também para pagar os encargos sociais.
 
Segundo o médico, ele "não enriqueceu em Assaí; que nas últimas cinco declarações de imposto de renda constam somente vendas de imóveis”.
 
Confira a seguir o que disse Dr. Vieira sobre a atuação do então prefeito Luiz Mestiço:
 
 "Não gostava do Pro-Vida porque queria propina, sendo um cara famoso na região, pois todos conheciam ele da época a qual vendia algodão. Botava o algodão bom em cima e o ruim embaixo. Possuía diversos processos e queria fazer ‘Caixa 2’ com o Hospital, o que não deu certo; Mandou pedir R$ 40 mil para o interrogando (Dr. Vieira), que não aceitou. Mandou a proposta por meio de um advogado que era coordenador da campanha eleitoral dele. Esse fato ocorreu em 2012. Mestiço pediu várias vezes R$ 40 mil para a campanha dele. Durante a campanha eleitoral, afirmara que não haveria mudanças, porém desde a posse começou a hostilizar o Hospital Pro-Vida, com atrasos de pagamento. Quando quebrou o contrato, Luiz Mestiço dizia aos funcionários do que quem ingressasse com uma demanda trabalhista contra o Hospital, possuía emprego garantido. Em decorrência, foram ajuizadas 25 ações trabalhistas. Mestiço fez diversas denúncias infundadas. Depois que o Pró-Vida saiu de Assaí, todos os 12 municípios da região deixaram de ser atendidos, todos os médicos especialistas foram embora, e hoje o Hospital não faz uma cirurgia".
 
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