Cornélio Procópio

Postado dia 22/11/2013

Com incentivo estadual, Café Iguaçu supera crise e mantém empregos

A Companhia de Café Iguaçu, uma das maiores empregadoras do norte do Estado, recebeu apoio do governo estadual para retomar os investimentos em sua planta em Cornélio Procópio (70 km de Londrina) e superar as dificuldades financeiras do setor agravadas pela alta do dólar e pelo aumento do custo com matéria-prima. 

No fim de 2010, a indústria investiu R$ 50 milhões para aumentar sua produção anual de café solúvel de 18 mil toneladas para 19,5 mil toneladas. Os equipamentos foram renovados para garantir eficiência energética e uma torre de secagem foi construída para otimizar a produção de 800 para 1000 quilos por hora.

O investimento foi enquadrado no Paraná Competitivo,  programa criado em 2011 para atrair novas empresas ao Paraná. A indústria teve postergado o prazo para recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a energia elétrica. Como contrapartida, investiu em qualificação profissional e manteve os empregos gerados no município. Com o apoio do governo estadual, a empresa já começa a colher os bons resultados.

No último ano, a Café Iguaçu reverteu a queda e registrou um crescimento de 6% na rentabilidade. O diretor industrial da unidade de Cornélio Procópio, José Italo Fontanini, explicou que variações do mercado interno brasileiro e do mercado internacional afetaram a Café Iguaçu com perda de competitividade. "O preço da matéria-prima e a alta do dólar fizeram o preço do nosso café disparar. Com isso, não tínhamos condições de disputar mercado com nossos competidores", avaliou. Ele destacou a importância do apoio do Estado para superar esse quadro e disse que a empresa teve que fazer ajustes econômicos e retomar os investimentos.

Fôlego

"Com a ajuda do governo conseguimos reinvestir os recursos economizados na melhoria da própria empresa, reduzindo os custos e otimizando a produção. Esse suporte do governo estadual foi sem dúvida um fator importante para recuperarmos nossa competitividade no setor", disse. A empresa tem aproximadamente 1,2 mil empregados e processa mais de 3 mil sacas de café por dia. Atualmente, 78% dos produtos da Café Iguaçu são exportados para a Europa.

A empresa está hoje entre as 100 maiores exportadoras do Brasil, com participação de 12,2% do total das exportações de café solúvel. Segunda maior indústria de café solúvel instalada no país, a Café Iguaçu é uma empresa paranaense criada em 1967 por três cafeicultores de Cornélio Procópio. Hoje, é uma sociedade anônima controlada pela japonesa Marubeni.

A diretoria da empresa estima que chegam diariamente à fábrica cerca de seis carretas carregadas de café vindo de fazendas de todas as regiões do Brasil. "Com a superação desse período, mantemos os empregos e hoje estamos operando em plena capacidade. Agora, estamos com vagas abertas" disse José Italo Fontanini.

O Paraná Competitivo já assegurou R$ 25 bilhões em novos investimentos e a geração de 150 mil novos empregos para o Paraná. O programa foi criado pelo governador Beto Richa em 2011 como estratégia de atração de investimentos para reinserir o Estado na agenda dos investidores nacionais e internacionais. "Além de atrair novos investimentos privados, o governo estadual também incentiva as empresas que já estão instaladas no Paraná", afirma Richa.

Oportunidades

Os investimentos realizados pela empresa ajudaram a manter o emprego de jovens como Douglas Manoel da Luz, 21 anos, operador de produção da Café Iguaçu. Ele é morador de Cornélio Procópio e já trabalha na empresa há quatro anos. "Quando entrei aqui, já vi que esse era o emprego que eu queria e a oportunidade profissional que eu precisava. E o mais importante, sem precisar sair de perto da minha família", disse.

Com o novo momento da indústria, Douglas já começa a enxergar novos horizontes profissionais. Ele cursa Tecnologia em Manutenção Industrial e já é candidato para assumir uma vaga de mecânico na fábrica. "Hoje eu vejo um futuro próspero para mim. Como eu trabalho em regime de turno, a flexibilidade que a empresa deu me ajudou bastante para conquistar meus objetivos através do estudo", afirmou.

Para manter o crescimento e a competitividade, a Café Iguaçu investiu também na valorização dos seus empregados. Implantou recentemente um programa chamado Banco de Ideias e flexibilizou o horário dos turnos para que seus funcionários possam frequentar a universidade e fazer cursos profissionalizantes. "Criamos uma política institucional de ouvir as propostas e melhorar a interação com os chão de fábrica, responsáveis diretos sobre a qualidade dos nossos produtos. Queremos eles motivados e valorizados", disse o coordenador de produção, engenheiro Eduardo Moralis.

O auxiliar de produção Rafael Saraiva, 19 anos, também morador de Cornélio Procópio, começou a trabalhar na Café Iguaçu há apenas quatro meses. Ele está contente com a nova oportunidade de emprego e feliz por conseguir trabalhar perto da família. "Minha perspectiva é agora me profissionalizar e crescer dentro dessa empresa, que oferece boas oportunidades e formas de melhorar. Faz pouco tempo que terminei o ensino médio e já tenho em mente começar uma faculdade de Engenharia", disse. Rafael trabalha no setor de embalagem e antes de entrar na empresa era mecânico de automóvel. "É muito bom saber que minha terra tem oportunidades", afirmou.


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