Cornélio Procópio

Postado dia 28/09/2013

Moradora diz que sempre conseguiu atendimento em saúde e educação

 

Atualmente morando em Cornélio Procópio, depois de uma temporada em Assaí, a cidadã Fátima Aparecida Pereira disse que nunca teve problemas para contar principalmente com atendimento principalmente em saúde e educação. Naquelas ocasiões, ela apenas fez valer seus direitos asseguradas pela Constituição.

A seguir principais trechos da entrevista concedida na sexta-feira, 27 de setembro, em Cornélio Procópio, durante reunião da Associação dos Municípios do Norte do Paraná (Amunop)

Revelia: Ao desempenhar seu papel de cidadã, como fazer para que seus direitos realmente sejam respeitados?

Fátima Aparecida Pereira: Eu acho que cada cidadão brasileiro tem que primeiro de tudo saber quais são os seus deveres, e cumpri-los, para depois você buscar os direitos,. Principalmente no Brasil nós temos uma cultura de querer falar mal da presidente, dos deputados, dos senadores, só que a gente não começa pela base. A base é a nossa família. Isso tem que ser discutido dentro das nossas casas, para você aprender o que é ser cidadão. E para poder cobrar esses seus direitos você tem que cumprir com seus deveres, partilhar dentro da sua família , o respeito, o cooperativismo – que existe fora, mas dentro da família, não. Cada um é cada qual. Primeiro você tem que viver isso. Não é falar. É dar exemplos para depois você poder cobrar, e aí fica fácil.

Revelia: Se o sentimento é que o brasileiro lê pouco, então como ele terá condições de compreender seu papel na sociedade, seus direitos e deveres?

Fátima Aparecida Pereira:  Esse “lê pouco” vem disso. Quando você lê, mas não só lê, pois você tem que ter a interpretação, que é uma coisa difícil. Você vê pessoas aí principalmente no segundo grau - que hoje nem sei como, porque vivem mudando as nomenclaturas-, na prática, mais tem no nosso país são analfabetos com diplomas. As pessoas não sabem interpretar aquilo que lê, então fica difícil essa compreensão. Educação é uma coisa que ninguém investe. Investe em roupa, em tecnologia, mas em educação? Quem é que compra livro? Meia dúzia de pessoas nesse país.

Revelia: Qual a importância da adoção pela Câmara de Vereadores da chamada Tribuna Livre, que é a possibilidade do cidadão participar do processo democrático?

Fátima Aparecida Pereira:  Eu já participei algumas vezes em Cornélio Procópio. Acho isso muito louvável, muito bom, porque se você consegue exercer o seu papel de cidadã dentro  da sua cidade, isso começa aqui. O vereador está próximo  de você. Foi você que elegeu. Ele convive com você, é seu amigo. Então quando você  está no dia a dia se deparando com  algumas dificuldades na área pública, no setor de saúde, de educação, de transporte, o que você faz? Você vem aqui (na Câmara de Vereadores), e é fácil. Aqui em Cornélio Procópio é fácil. Só que eu tive problemas quando morei em Assaí, porque achei que lá também tinha uma Tribuna Livre como aqui. Fiquei até muito surpresa, porque a gente mora num pais “democrático”.  Então eu achei que lá também tinha essa pratica, mas não tem. E eu acho que vocês de Assaí podiam rever bem essa questão e tentar mudar isso.

Revelia: O que fazer para que o cidadão realmente tenha acesso à saúde, educação e demais serviços públicos?

Fátima Aparecida Pereira:  Eu uso os meus métodos. Venho daquele princípio de que saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Onde eu vi essa frase? Na nossa Constituição. Dá uma lidinha naquilo que te interessa. Você está com problemas de saúde, precisando de remédio, um exame? Ah, na minha cidade não tem. Então está, na sua cidade não tem? Vai lá na sua Constituição. Olha, dá uma lidinha que você pode ter certeza que vai ter. Como no meu caso, eu nunca tive problemas em órgão público algum, nem de Saúde, nem de Educação. Tudo que procurei eu tive.

Revelia: Diante das várias mazelas do país, tem-se afirmado que a culpa é do cidadão que não sabe votar. A senhora acredita nisso?

Fátima Aparecida Pereira: Não, eu não concordo com esse negócio que “nós não sabemos votar”.  Nós não sabemos é cobrar. A gente simplesmente vota, nem lembra em que votou. Estou falando (do voto) para vereador. Aí quando você precisa que pague uma continha de água e de luz, você força a cabecinha e lembra que votou nele. Você vai lá e pede isso, aí você fica atrelado a esse favorzinho, e não pode cobrar dele o que realmente ele foi eleito para fazer, que é fiscalizar. 

Moradora diz que sempre conseguiu atendimento em saúde e educação
com Mattheus Hermanny e prefeito Fred Alves

Revelia: Qual o conselho e sugestão que a senhora poderia dar as novas e futuras gerações?

Fátima Aparecida Pereira: Eu penso e ajo assim, que tudo depende do nosso comportamento hoje. O nosso comportamento, nós temos que rever isso. No brasileiro já está intrínseco as coisas: “ah, eu sozinho não faço nada”, “eu não vou conseguir mudar o mundo”. Consegue, sim. Porque o “eu” mais o “eu, mais o “eu, vai juntando milhões de pessoas. Então penso que se começar hoje a realmente pôr em prática tudo aquilo que você pensa de bom para você se torna bom para país, E isso vai ficar para o nossos netos. Eu espero para meus netos e bisnetos aquele país que eu sonho. Sei que isso vai se tornar realidade. Eu acredito. 

Revelia: Nesse processo de mudança, qual a importância das redes sociais:

Fátima Aparecida Pereira: Creio que realmente nós estamos buscando aquilo que nos é de direito. Hoje indo nessa rede social as pessoas entenderam agora que ela não é só para se divertir, para paquerar. Até então era só para isso: arrumar namoradinho. Hoje eles estão vendo o poder. Então penso que a hora que, principalmente nós mulheres ,nos tornarmos mais conscientes do nosso papel no nosso mundo (não é nem aqui no Brasil, é no mundo, porque nós somos a maioria). Nós conseguimos ser mães, esposas e profissionais qualificadíssimas. A hora que entendermos isso, nos unirmos ali na hora de bater um papinho: “oh, você viu lá que o fulano? Aque deputado fez isso?  Aquele senador fez aquilo””, as coisas vão mudar e vão mudar para melhor, porque o poder é nosso, mulherada. Vamos lá. 


comente esta matéria »

Copyright © 2010 - 2024 | Revelia Eventos - Cornélio Procópio - PR
Desenvolvimento AbusarWeb.com.br