Londrina

Postado dia 25/09/2013

"Sócio oculto" na Iguaçu do Brasil pode mudar investigação de fraude

de O Diário

A investigação de fraude na construção e entrega de condomínios residenciais da construtora Iguaçu do Brasil, empresa com atuação em Londrina e Maringá (100 km de Londrina), pode ganhar novo rumo nos próximos dias. Uma declaração reconhecida em cartório pelo então dono da construtora, o ex-prefeito de Mandaguari (68 km de Londrina), Carlos Alberto Campos, aponta para a existência de um "sócio oculto".

Seis meses após as primeiras denúncias chegarem ao Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a novidade se tornou pública e agora o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Londrina (Sintracom) pede à Justiça providências sobre o caso.

O advogado que está a frente de 56 processos de trabalhadores, Jorge Custódio, explicou nesta segunda-feira (23) que há cerca de 20 dias o Sintracom recebeu um envelope relatando a existência de um novo integrante no comando da Iguaçu do Brasil. O histórico apontava para a participação na empresa de dois filhos deste empresário - um com vinculação direta nas atividades da construtora e o outro ligado às transações financeiras.

Com base nestes dados, foi protocolado na 7ª Vara do Trabalho de Londrina um documento que pede a quebra do sigilo fiscal do sócio - que não teve o nome divulgado. Com as informações bancárias, será possível bloquear bens em garantia do pagamento de dívidas trabalhistas. O Sintracom já participou de várias audiências para a solução dos problemas de trabalhadores, mas ainda não houve acordo. Nesta manhã de segunda, inclusive, em um dos processos não houve o comparecimento de representantes da empresa para julgamento na Justiça.

Informações da declaração reconhecida por cartório de Maringá apontam que o "sócio oculto" teria 55% de propriedade patrimonial da construtora. O promotor de Defesa do Direito do Consumidor em Londrina, Miguel Sogaiar, preferiu não dar detalhes sobre as novidades no caso, alegando que esses fatos podem atrapalhar o rumo das investigações. No entanto, ele ponderou que as informações de existência de um outro dono da empresa nunca chegou até o Ministério Público (MP).

"O ex-prefeito nunca teria relatado, nem ao Gaeco e nem ao MP, dessa novidade. Ele já apresentou contestação na ação civil pública que corre sobre o caso e não mencionou esse sócio em momento algum", disse. Carlos Alberto será intimado a depor novamente no MP para prestar esclarecimentos. A data ainda não foi agendada. Contra ele pesa a acusação de ter comandado um esquema de fraude na venda e compra de imóveis, alguns que sequer foram entregues. O calote pode chegar a R$ 100 milhões.

O ex-prefeito teria usado como laranjas os empregados de sua casa, um caseiro e um cozinheira em troca da promessa de um curso de informática. Para apurar o caso, foram instaurados no Gaeco 14 inquéritos policiais. Uma sindicância na Prefeitura de Londrina também investiga se houve participação de servidores nas ilegalidades.


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