Indústria Cotan fecha as portas e demite 345 funcionários

do NP Diário

José Dias,73 anos, gerente administrativo da Cotan (Cotonifício de Andirá), uma das maiores indústrias têxteis do Norte Pioneiro, confirmou o fechamento da empresa na cidade e a dispensa dos 345 funcionários. Apenas 15 continuam trabalhando para concluir uma encomenda e, na sequência, as portas serão totalmente fechadas.

Aberta em 1952 em São Bernardo do Campo (SP), depois transferida pra Andirá, em 1978 num espaço de 27 alqueires, o cotonifício se tornou uma das maiores referências de produção têxtil do norte do estado e uma das maiores geradoras de postos de trabalho em Andirá, instalada numa área de 600 mil metros quadrados. Mas paulatinamente, a globalização e o crescimento da importação dos produtos da China acentuaram os problemas,além das despesas com energia elétrica (cerca de R$ 750 mil por mês).

Em encontro realizado no mês de janeiro do ano passado, a Copel ofereceu uma série de alternativas para que a Cotan diminuísse seu patamar de consumo de energia se enquadrando ao novo perfil da empresa e garantindo a manutenção dos funcionários. Em maio de 2011 houve dispensa de parte do quadro, medida que se repetiu em dezembro. Com as demissões, as vagas da indústria caíram de 460 para 360 trabalhadores.

Além dos cortes, a empresa ainda adotou outras medidas para tentar diminuir o impacto da crise,como deixar de operar em três turnos durante 24 horas, reduzindo para um turno e paralisando o funcionamento da fábrica nos domingos e feriados.A Cotan operava com apenas 60% da sua capacidade máxima.

A cotonifício hoje é de propriedade do Grupo Esteves e da Família Vicentin, da Argentina. Negociações estão sendo encetadas para eventuais grupos interessados na aquisição.
Já foi promovida reunião interna com todos os funcionários e feito o anúncio oficial do fechamento da empresa.Representantes do sindicato acompanharam todos os movimentos.Todos devem receber os salários integrais nos próximos dias.

O fechamento impacta negativamente todo o comércio de Andirá. A presidente da associação comercial local, Sílvia Flores,l amentou o fato e criticou a falta de políticas de desenvolvimento econômico em Andirá. O prefeito Ronaldo Xavier( PTB) até agora não tomou nenhuma medida para minimizar as consequências da crise do setor no município.

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