Sertanópolis

Postado dia 19/11/2012

Escola de Capatazes, da UEL, qualifica trabalhadores rurais

de O Diário

O projeto de extensão Capataz, desenvolvido na Universidade Estadual de Londrina (UEL) desde 2010, levou a criação da primeira Escola de Capatazes do Paraná. A unidade será lançada oficialmente neste sábado (24), às 8 horas, na Fazenda Cachoeira 2C, em Sertanópolis, cujas instalações e animais foram cedidos para os treinamentos práticos dos capatazes.

Foi através do Projeto Capataz, que tem sua linha temática dirigida para a educação de trabalhadores rurais que atuam na pecuária, que surgiu a ideia de disponibilizar espaço e logística para a Escola de Capatazes nas instalações da Fazenda Cachoeira 2C, durante o ano todo.

A preocupação de qualificar a mão de obra rural sempre foi um desejo do pecuarista Celso Garcia Cid e agora, seus netos Gustavo, Gabriel e Guilherme estão possibilitando o treinamento prático gratuito aos Capatazes, com a parceria da UEL, através do Projeto Capataz, idealizado e coordenado pelo professor doutor Wilmar Marçal.

Logo após o lançamento oficial haverá instrução e treinamento prático para nove Capatazes já inscritos. Outros interessados poderão contatar o escritório da Fazenda pelo telefone (43) 3321-3338 ou pelo e-mail fazenda@cachoeira2c.com.br.

O Projeto Capataz é direcionado aos encarregados da lida com o gado nas propriedades rurais, que sempre assumem a linha de frente quando há qualquer problema com o rebanho de animais. Contudo, essas atividades da mão de obra rural, são feitas, por vezes, sem treinamento e orientação técnica-científica adequada.

O Projeto, com base em conhecimentos científicos, visa ensinar o correto manejo dos animais em troncos e bretes, evitando traumas e contusões, o que diminui o preço da carcaça nos frigoríficos; manutenção saudável dos ambientes rurais com ensinamentos gerais de higiene e profilaxia aos capatazes na preservação da saúde pública; orientação da destinação adequada de cadáveres, carcaças e dejetos orgânicos e inorgânicos, assim como os produtos agrotóxicos e veterinários, evitando a contaminação do solo e dos mananciais hídricos.

Toda essa dinâmica possibilita repassar aos Capatazes noções básicas de preservação da vida na prática. Além disso, quando se prepara os Capatazes com tópicos educacionais instrutivos, há uma contribuição ecológica pela preservação e manutenção de áreas de florestas sem risco de queimadas; correta destinação do lixo produzido e acumulado nas propriedades rurais e entorno, prevenindo doenças específicas transmitidas dos animais ao homem, as conhecidas zoonoses.

Outro problema comum são as chamadas "farmacinhas veterinárias" que consistem em um arsenal de medicamentos e produtos de uso veterinário e que são adquiridos facilmente sem receita e muitas vezes usados de forma inapropriada e impactante. Por essas e outras razões, agregar ensinamentos a esses trabalhadores que atuam na linha de frente das propriedades rurais representa aplicar, na prática, enquanto o veterinário não chega, o conhecimento como forma transformadora, melhorando o rendimento e a qualidade dos serviços, motivados pela educação profissional.

O Projeto Capataz já foi apresentado em quatro Sindicatos Rurais Patronais e 11 Colégios Agrícolas do Paraná. Foram ministradas diferentes palestras para 1.144 pessoas no total, além da realização de dois cursos práticos para capatazes e seis cursos práticos para alunos dos colégios agrícolas, com quatro horas de duração cada.

Atualmente o Projeto conta com a participação de oito alunos de Medicina Veterinária que vivenciam aspectos antigos de condutas práticas para conhecer, respeitar e corrigir aqueles tópicos que a ciência já demonstrou conhecimento e melhor aplicação para a saúde animal e o bem-estar do homem.


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