Jataizinho

Postado dia 20/06/2012

Mais de 120 famílias estão desabrigadas, segundo Defesa Civil

da Gazeta do Povo


A cidade de Jataizinho foi uma das mais atingidas pelas fortes chuvas do começo da semana no norte do Paraná. O volume de água no Rio Tibagi, que corta a cidade, ficou tão alto que quase cobriu a ponte na rodovia BR 369, que cruza o rio. Por causa do excesso de água, o rio Jataizinho, afluente do Tibagi, não conseguiu escoar e acabou transbordando. A região mais atingida da cidade foi a Vila Frederico.

Segundo informações da Defesa Civil da cidade, 60 famílias desabrigadas foram realojadas em escolas do município. São cerca de 280 pessoas que tiveram as casas alagadas e os pertences destruídos pela chuva. Mas o coordenador da Defesa Civil em Jataizinho, Dorival Duarte, acredita que haja mais pessoas desalojadas. “Temos a informação preliminar de que pode haver a mesma quantidade de moradores atingidos pelas chuvas que ainda não foram resgatados pela Defesa Civil. Seriam mais 60 famílias que perderam suas casas, e que precisam ser atendidas”, disse Duarte.

Edileuza Dumas, moradora da Vila Maria Júlia, teve a casa invadida pela água. Ela estava trabalhando no momento da enchente. “Meu patrão me trouxe de carona. Quando cheguei, a água já tinha levado tudo. Perdi roupas, móveis, alimentos, tudo”, disse. Ela entrou em contato com a prefeitura solicitando a presença de uma equipe para abrir valetas para o escoamento da água, mas não foi atendida. “Graças a Deus, ainda existem pessoas que ajudam os outros. Eu e meu marido passamos a noite na casa de um vizinho, mas teve gente que passou a noite no relento, debaixo de chuva. Perdi tudo, e agora vou ter que reconstruir minha vida do nada”, lamentou Edileuza.

A fotógrafa Maria Regina Silvério mora na Vila Frederico e viu a água chegar na esquina de casa. “Todos na minha rua foram dormir por volta das 3h, esperando para ver se a casa ia ser alagada. Essa não é a primeira vez que isso acontece, que a gente vê pessoas perdendo tudo por causa de enchente”, disse. A fotógrafa, que nasceu em Jataizinho, conta que se mudou e ficou fora da cidade por mais de 30 anos. “Quando eu voltei, percebi que praticamente nada mudou aqui. As regiões atingidas quando o nível do rio sobe são as mesmas, e ninguém parece preocupado em melhorar essa situação”, desabafou.

O coordenador da Defesa Civil em Jataizinho explicou que mesmo aqueles que não tiveram as casas invadidas pela água também sofreram com a enchente. “Tem muitas pessoas que trabalham em Londrina e em outras cidades da região que simplesmente não conseguiram sair de casa para trabalhar, ficaram ilhados em casa”. Duarte confirmou que uma equipe de engenheiros está a postos para fazer o levantamento dos prejuízos causados pela enchente. “Temos que esperar o nível da água baixar para que possamos analisar as perdas, os prejuízos na pavimentação, pontes e estradas”, afirmou.

A última grande enchente na cidade aconteceu em fevereiro de 2010. A prefeitura decretou situação de emergência, mas segundo Duarte, os recursos estaduais para auxiliar na reconstrução da cidade ainda não chegaram. Na época, os prejuízos foram avaliados em R$ 5 milhões. “Toda a documentação necessária foi feita, houve a publicação nos diários oficiais do estado e da união da situação de emergência. Mas tudo ficou só no papel. Mais de dois anos depois ainda não vimos nem sinal do dinheiro”, revelou o coordenador da Defesa Civil.


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