Norte do Paraná

Postado dia 07/02/2021 às 16:49:29

Algo de ruim une Bolsa Família e Venezuela de Chaves

Quem tem fome, precisa de pão e peixe. Mas já com a "barriga cheia, coração contente", tem que ensinar ao outro a buscar seu próprio alimento. Da parte de políticas públicas, o governo deve ainda proporcionar o acesso à educação crítica, que incomoda, que instiga a que o cidadão saia à pescaria.

Durante a campanha de reeleição, em 2014, a então presidente Dilma Rousseff orgulhava-se que, em seu governo, havia aumentado consideravelmente o número de atendidos pelo programa Bolsa Família. Péssimo sinal. Mais gente precisando de ajuda oficial significa que algo vai mal.

Parte ruim do Bolsa Família se traduz pela parcela de beneficiários que se acomodam com o tamanho mínimo do auxílio. Consideram aquilo suficiente, e não procuram emprego com carteira assinada para não perder o benefício federal.

Tal situação - em escala maior - traz lembranças do ocorrido nas últimas décadas na Venezuela, dos ditadores Hugo Chaves e Nicolas Maduro. Com a abundância de dólares vindo do petróleo, o governo presenteava a população com água, luz, comida e até recursos para viagem para o exterior, principalmente para Miami.

Povo do país vizinho se achava rico, os mais prósperos da América do Sul. Grande falácia. Venezuelanos contavam tão somente com uma espécie de auxílio governamental tamanho família, o qual requeria, para muitos, trabalho apenas para manter o vício: bebida, cigarro e drogas.

Tal situação quebrou o país, com a falta de premiação à meritocracia. O comodismo produziu gerações de poucas ambições e pouca escolaridade, acostumados a receber de tudo de graça.

O então presidente Lula vaticinava que seu governo havia tirado mais de 30 milhões da pobreza. O mesmo poderia dizer do regime chavista. No entanto, deixar a pobreza não significa tão somente doação de dinheiro e outras regalias.

Sem investimento em educação, assim como no desenvolvimento da autonomia do cidadão e na capacidade criativa da população, quando o dinheiro acaba, retorna-se à situação anterior. Simples entender de mão representa a criação de uma legião e geração inteira de acomodados a mal acostumados.

Enquanto o povo ganhava de tudo, inclusive os agricultores que passaram a cruzar os braços, o chavismo acabou com a produção do campo e também com a economia em vários setores, ao estatizar empresas mesmo não tendo condições de comandá-las.

Lição que vem então de Venezuela tem a ver com a extensão e impacto do benefício oficial. Pergunta-se: de que forma tais programas de governo conseguem empurrar o cidadão para a frente, evitando assim o comodismo?


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