Norte do Paraná

Postado dia 31/01/2021 às 21:08:30

As migalhas do governo japonês ao povo de Assaí

Quando inicialmente chegaram ao Brasil selvagem, os portugueses foram recebidos como “deuses” pelos indígenas, Afinal, quem mesmo poderia tirar a vida do outro, com apenas um estalar de dedo (claro, com uma arma de fogo!) ou mesmo apresentar diante de si a visão de seu próprio espírito (com a imagem ao espelho).

Com tais “poderes sobrenaturais”, e ainda com outras quinquilharias, os lusitanos carregavam todo outro e pau Brasil da nova terra, sem muita resistência dos abobados silvícolas.

Alguns séculos depois, semelhante fábula envolve o governo japonês e a comunidade de Assaí, no Norte do Paraná.

Como a história se conta do ponto de vista do vencedor, odes e louvores à colônia japonesa, por supostamente ter fundado Assai. Todavia, esquece-se do sangue, suor e lágrima de nordestinos, de negros, de pobres que, com foice e machado, abriram a mata virgen. Com cabos nas mãos e o sol forte no rosto, muitos heróis anônimos da história até trocavam o trabalho árduo por simples comida.

O então vereador Hugo Duarte havia proposto o dia municipal da Colonização Japonesa. O ex-edil Paulo Hara apresentou projeto de lei criando o dia municipal de Soka Gakkai, sem que aquela entidade represente coisa alguma para Assaí, distinção aquela feita apenas por compadrio. Em seu primeiro mandato (2005/2008), o prefeito Michel Angelo Tuti Bomtempo começara a contrução do Castelo Japonês, obra finalizada na gestão de Acacio Secci (20017/2020).

Na semana pasada, o “prefeito Acácio Secci comentou que “a viagem foi excelente, pude me aprofundar na cultura japonesa e aprender mais com esse povo milenar. E isso certamente me influenciou muito na forma como conduzir o município e em manter sempre viva a cultura japonesa em Assaí, inaugurando o “Castelo Japonês”, a reforma do Zerinho e diversas outras obras que remetem àquele país!”

No entanto, a cidade tem recebido muito pouco do governo japonês: recursos para construção da Cozinha Central, para implantação de espaço cultural do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, convites para ex-gestor municipal visitar aquele país e para jantar na residencia oficial do cônsul do Japão no Paraná, entre outros.

Por isso, há razão comentario do cidadão Valdir José dos Santos, morador do Jardim Pèrola, indagando de beneficios trazidos pela viagem do chefe do Poder Executivo à terra de Naruhito.

Segundo Valdir do Pérola, “se o cônsul japonês se importasse com os emigrantes daqui, ele teria trazido investimentos industriais a muitos anos atrás. Se ele tivesse feito isto, Assaí estaria melhor, iria aumentar a renda da colônia e promover o crescimento da cidade”.

Semelhante questionamento poder-se-ia dirigir ao ex-prefeito Yoshinori Fucuda que, com despesas pagas pelo erário municipal, encabeçou comitiva rumo a Tóquio e adjacências. Versão oficial era interesse em projeto de cidades coirmãs e demais parcerias.

Historicamente Assaí – e principalmente a colonia nipônica – demonsta apoio aos deputados Homero Oguido, Antonio Ueno, Rui Hara, Luiz Nishimori, Hidekazu Takayama, entre outros, com o simples argumento de serem seus legítimos representantes. Em troca, nada significativo, como herança. Geração de emprego e renda, por exemplo.

Ocorre que, da mesma forma que à época do Brasil colonial, a população assaiense ganhou singelo espelho oriental, e permanece maravilhada.

PARA SABER MAIS:

Ex-prefeito, sem noção, ofende eleitor que o questionou


comente esta matéria »

Copyright © 2010 - 2024 | Revelia Eventos - Cornélio Procópio - PR
Desenvolvimento AbusarWeb.com.br