Política

Postado dia 03/12/2020 às 14:05:13

'Agora a gente pode, finalmente, ter a nossa vida', diz Rosangela Moro

Com a voz rouca, sentada entre caixas de mudança de seu apartamento em Curitiba e uma série de entrevistas agendadas, a advogada tributarista Rosangela Moro, 46, explica que deu "caríssimas entrevistas" quando seu marido assumiu a operação Lava Jato, em 2014, ou quando tomou posse no Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro, em 2019. Não foi diferente quando o marido deixou o governo, em abril deste ano. 

Rosangela remete aos constantes assédios e à curiosidade que "as pessoas e a imprensa" têm sobre ela e o marido o motivo pelo qual decidiu escrever "Os Dias Mais Intensos -Uma História Pessoal de Sergio Moro" (ed. Planeta), lançado recentemente. 

"Pensei em escrever porque aí não preciso dar entrevista, colocaria no livro tudo o que eu tenho para contar de uma vez. Estou virando uma página das nossas vidas. Foi um capítulo dele na função pública que a gente encerrou", explica ela, que atua com associações de defesa das pessoas com deficiência e também com doenças raras desde 2009 e é também autora dos livros "Regime Jurídico das Parcerias das Organizações da Sociedade Civil e a Administração Pública (ed. Matrix) e "Doenças Raras e Políticas Públicas: Entender, Acolher e Atender (ed. Matrix)". 

De fato, Moro encerrou um capítulo na vida pública, mas Rosangela, ao contrário do que previa, está dando mais entrevistas. Nesta, concedida a Universo por vídeo, conta que agora, sim, o casal terá sua vida de volta, fala sobre seu mergulho no tema violência de gênero, que até rendeu projeto para atender agressores, e da discussão com o marido por causa de um post.

A conversa aconteceu dois dias antes da notícia de que o ex-juiz fora contratado pela consultoria norte-americana Alvarez & Marsal, na função de sócio-diretor para a área de Disputas e Investigações, conforme informou a companhia em nota. Entre os principais clientes da empresa, está a Odebrecht, uma das construtoras mais afetadas pela Operação Lava Jato. 

"Na iniciativa privada, há um campo muito grande para se fazer o trabalho anticorrupção. É o spoiler que posso te dar", disse ela quando perguntada sobre o novo trabalho do marido. "Agora a gente pode, finalmente, ter a nossa vida, exercer nossos trabalhos." 

Sem planos definidos para 2022

Em nenhum trecho das 142 páginas do livro, em que exalta a carreira do marido e relata a "fritura" a que Moro foi submetido, Rosangela faz menção à eleição presidencial de 2022, nem mesmo comenta as especulações de candidatura de seu marido ao Planalto.  

"E tudo por especulação. Sergio nunca se colocou como candidato. Hoje a gente está em 2020 e no meio da pandemia. Acabou essa fase da função pública dele. Agora a gente está focado nele se inserindo na iniciativa privada. Nossos projetos não vão até 2022", diz ela. 

"Nem passa pela minha cabeça isso, porque a gente tem um turbilhão de trabalho, de atividades para desenvolver. Não é muito da minha personalidade também ficar imaginando [como seria Moro na Presidência]. Sou mais prática e pé no chão. É um dia de cada vez". 

 


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