Religião não tem a ver com acumulação de dinheiro

Diz a Bíblia que "buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas". No entanto, as bênçãos a que se refere a Sagrada Escritura não tem a ver com acumulação de dinheiro nessa terra. 

Aqui se aplica uma espécie de dupla verdade. Ou seja, as verdades da acumulação de riquezas e da religião são independentes entre si. 

De acordo com o texto bíblico, a fé é a certeza do que se espera, e a convicção no que não se vê. Para o cristão, basta a fé para que se remova a montanha, que o milagre aconteça, como passagem em terra firme, em meio ao Mar Vermelho. Já no mundo dos negócios, fé significa algo possível de alcançar, desde que se atue com determinação, perseverança, resiliência e sabedoria. 

Religião equivale então ao consumo de peixe. Há uma parte bastante nutritiva, mas se deve tomar cuidado com espinha. Não se pode levar tudo ao pé da letra. Expressa o texto bíblico que "doce é o sonho do trabalhador, coma muito e coma pouco; mas ao rico não deixa dormir a abundância". 

A clara percepção da diferença entre religião e acumulação de bens evita que o cidadão seja enganado pela falsa teologia da prosperidade. Pregam que o cristão tem que dar mais e mais dinheiro para a igreja, para que possa ser abençoado continuamente e de forma crescente. 

Para o cristão, o caminho para a vida eterna exige muitos sacrifícios, da mesma forma para quem busca enriquecimento financeiro. Seguir por um caminho não significa se aproximar nem se afastar do outro. Levar uma vida conforme princípios cristãos não representa que a pessoa terá sucesso financeiro. Ficar rico também não significa que o cristão irá se apartar de Deus. 

Dinheiro e religião são, portanto, caminhos diferentes. A pessoa pode escolher um ou outro, ou os dois. No entanto, em ambos os casos, requer-se dose de esforço, dedicação, resiliência e perseverança a cada dia. 

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