Norte do Paraná

Postado dia 05/10/2020 às 13:49:14

Porque Acácio Secci não será reeleito prefeito de Assaí

Candidato à reeleição, o carteiro Acácio Secci não terá êxito em seu projeto político-eleitoral, em seu encontro com as urnas em 15 de novembro próximo.

Diferentemente do cenário encontrado em 2016, agora ele não mais apresentará o perfil de novidade, não contará com apoio expressivo da sociedade e não é beneficiado pela rejeição de um candidato específico (Luiz Alberto Vicente, adversário direto no último pleito). Dessa vez, enfrentará outros cinco candidatos.

Ao assumir o cargo, o atual prefeito abandonou correligionários seus que haviam impulsionado sua campanha vitoriosa. Preferiu-se juntar a nomes de administrações anteriores, os quais não lhe devem lealdade e, efetivamente, não fazem hoje parte de seu bloco de sustentação. Problema de liderança se constata pelo fato de que funcionários públicos municipais – inclusive aqueles que contavam com cargos de confiança durante seu mandato – lançaram-se candidatos a vereador em palanques da oposição. Atuais servidores com cargos de confiança se sentem constrangidos em aparentemente não apoiar o “chefe”, daí simulam fazer campanha para o candidato.

Repetidas declarações desastrosas afastaram o chefe do Poder Executivo local do grupo de professores, de empresários e de lideranças populares, católicas e evangélicas. Profissionais do Magistério não digeriram muito bem a afirmação de que o prefeito não mais aceitaria atestado médico como justificativa para falta ao trabalho, tão somente atestado de óbito do professorado. O esvaziamento de sua campanha se dá também pelo fato de que muitos professores não mais são cabos eleitorais seus, pois concorrem ao pleito em palanques adversários.

Importante impacto negativo ao projeto de reeleição vem ainda do afastamento de sua vice, Inês Koguissi. Entao eleito, Acácio Secci abandonou a promessa de um “governo conjunto” com o partido. Ao formar sua equipe administrativa, optou por nomes de administrações anteriores, e ainda exonerou do cargo poucos nomes que tinham a aprovação da vice-prefeita, caso do ex-secretário de Esportes e Lazer,  Jonny Keiti Matsubara Iryoda. Afastamento da vice Inês Koguissi e de sua filha, a vereadora Michelle Matie Morikawa, que não concorre a reeleição, também significa a perda de apoio do atual prefeito junto a significativa parcela da colônia nipo-brasileira.

Infidelidade do gestor municipal também em relação a seu próprio partido, o PPS, ao não apoiar seus deputados na eleição de 2018. Por isso, houve convite para que se retirasse daquele partido.

Dano maior à imagem de Acácio Secci, construído sob o pilar do homem simples, carteiro, de família, católico, vem ainda de declarações agressivas – até mesmo ofensivas e reprováveis – no trato pessoal com eleitores e também pelo rádio e por aplicativo de mensagem instantânea.

Ainda que tenha êxito nas urnas, o atual prefeito enfrentará problemas de governabilidade e de cassação de seu mandato, devido a suposto caso de assédio sexual envolvendo servidora pública até então lotada em cargo de confiança.

A denúncia foi apresentada em 27 de abril de 2020. Contendo 13 páginas, relato da vítima traz declarações e imagens enviadas pelo chefe do Paço Municipal que joga por terra a imagem construída por Acácio Sessi durante a campanha eleitoral de 2016. Tal situação acaba por impactar negativamente o apoio recebido da Igreja.

PARA SABER MAIS:

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