Norte do Paraná

Postado dia 13/06/2019 às 22:07:11

Porque Tuti Bomtempo foi melhor que Luiz Vicente, na Saúde, em Assaí

Para analisar os avanços e retrocessos em determinado período, há necessidade de se recorrer aos números, e não em informações baseadas no senso comum. Análise fria dos dados aponta que, na área de Saúde, a gestão do ex-prefeito Michel Angelo Tuti Bomtempo (2005/2008 e 2009/2012) teve melhor desempenho que seu sucessor Luiz Alberto Vicente (2013/2016).

À época de Tuti Bomtempo, próximo ao hospital municipal, na esquina das ruas Manoel Ribas e Chile, o pintor Rubens Ferreira Rodrigues, o Pino, comandava um quiosque com grande movimento, principalmente devido ao fluxo de pessoas de outras localidades. Movimentação aquela que era sentida também no comércio da cidade, conforme se pode atestar em conversa com vários lojistas.

Além da Saúde que fazia girar o comércio local, aquela gestão gastava em média R$ 165 mil por mês com a terceirização do hospital municipal para a empresa Pró-Vida. Com pactuações com mais de 20 municípios, Assaí à época de Tuti Bomtempo investia pouco dinheiro público e contava com pelo menos 18 especialidades.

Maior número de especialidades em casa significava também menor volume de atendimento fora domicílio. Com isso, menos ambulâncias na estrada, menos combustível gasto em deslocamento, menos emprego de hora-servidor.

Quem tem boa memória, conhece de perto a realidade local ou mesmo mantém contato com atletas da cidade, sabe o quanto foi feito em termos de cirurgia em ortopedia. Cirurgia por videolaparoscopia pelo SUS (Sistema Único de Saúde) também colocava Assaí em destaque em nível regional e mesmo estadual.

O trabalho iniciado pela gestão Tuti Bomtempo sofreu interrupção durante o mandato de Luiz Alberto Vicente. Agora após o término de obras de reforma e aquisição de novos equipamentos, a administração Acácio Secci (Cidadania) tenta ampliar o atendimento do hospital público, com parcerias com outros municípios.

O cidadão médio vê problemas de um estabelecimento de saúde de sua cidade atender pacientes de outras localidades. No entanto, a tendência tem sido de regionalização da saúde, pois atendimento diversificado e de qualidade demanda muito investimento financeiro, e um pequeno município não tem condições de arcar com tal encargo.

Atualmente tem sido investidos cerca de 25% do orçamento em Saúde, principalmente por meio de credenciamento de profissionais, sem a eficiência e resolutividade da época do então prefeito Tuti Bomtempo.

Realidade corrente resulta de estratégias adotadas na gestão 2013/2016, de terceirização de pessoal do hospital municipal Limpolon Serviços de Limpeza, de Londrina, e Luiz Aparecido Casaçola & Casaçola Ltda (pagamento de R$ 908.855,00, pelo período de 12 meses), de São Sebastião da Amoreira (PR), além de gastos excessivos com empresa (Atual Médica Gestão de Saúde Ltda) que até apareceu no quadro "Cadê o dinheiro que tava aqui", do "Fantástico", da Globo.

No "Fantástico" também apareceu o médico Paulo Marcelino Andreoli Gonçalves, que chegou a atender no hospital local durante a gestão 2013/2016. A abordagem na TV aconteceu em função de denúncias contra o médico, dando conta de 33 pessoas teriam tido complicações graves após passarem por cirurgia no Hospital Beneficente AssisteGuaíra. Três delas morreram.

Ao anunciar suposta retomada do hospital público, em 13 de setembro de 2013, a gestão Luiz Alberto Vicente contratou a Atual Médica Gestão de Saúde Ltda, de Quitandinha (PR), por R$ 1,2 milhão, o equivalente a R$ 300 mil reais por mês, sem ter equipamentos próprios, pois utilizava aqueles pertencentes ao Instituto Pró-Vida.

Em 21 de janeiro de 2014, houve publicação do extrato de termo aditivo ao contrato assinado inicialmente em setembro de 2013. A partir daí, a Atual Médica recebeu R$ 232.350,52, em 23 de janeiro, e R$ 70.000,00, em 31 de janeiro de 2014, referentes ao aditivo contratual.

Em 24 de fevereiro de 2014, a administração municipal publicou extrato do novo contrato celebrado com a Atual Médica Gestão de Saúde Ltda, objetivando "contratação de instituição privada para atendimento médico hospitalar especializado junto ao hospital municipal de Assaí, de forma a complementar o atendimento do Sistema Único de Saúde". O contrato era de R$ 298.721,32. A contratação se deu por meio de dispensa de procedimento licitatório.

Apesar do contrato válido a partir de 24 de fevereiro de 2014, o Portal da Transparência aponta o empenho daquele valor (R$ 298.721,32) ainda em 20 de fevereiro. O valor foi pago em três ocasiões, em 13 de março (R$ 119.659,01), em 9 de abril (R$ 118.414.06) e em 30 de abril de 2014 (R$ 60.645,24).

O que causa estranheza é o desembolso de R$ 203 mil pelo município de Assaí para a Atual Médica, com valores empenhados em 27 de fevereiro e efetivamente liquidados e pagos em 28 de fevereiro de 2014, em função de "despesa com indenização referente a serviços prestados em favor do município junto ao hospital municipal". O mencionado empenho apresenta como grupo e elemento de despesa, respectivamente "Pessoal e encargos sociais" e Indenizações e restituições trabalhistas".

 

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