Rodrigo Rocha não acreditava em fraude em concurso da Câmara de Assaí

Em declaração com firma reconhecida, datada de 19 de junho de 2009, o jovem Rodrigo Vinícius Rocha dizia não acreditar que o concurso público da Câmara Municipal de Assaí realizado naquele ano havia sido fraudado.

Segundo suas declarações, ao encontrar com o editor do site Revelia, à época, "este comentou com ele que ele (Mateus) iria anular o concurso da Câmara Municipal. Disse que também ouviu comentários de outras pessoas na cidade dizendo que o Mateus iria anular o concurso porque não havia passado em primeiro lugar. Que também viu no site do Mateus (Revelia), que o concurso foi realizado somente para acertar a situação dos funcionários da Câmara".

Documento assinado por Rodrigo Rocha foi juntado pelo então presidente da Câmara, Sílvio Carlos Guadaguini, em resposta ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná, como comprovação de que aquele certame não apresentava irregularidade alguma. Diante de informações e documentos apresentados, a Corte de Contas resolveu aprovar os atos referentes ao concurso público de 2009.

Tratamento desigual

Ocorre que o tratamento dado pelo Tribunal de Contas ao concurso público de Assaí difere bastante daquele concedido à Câmara Municipal de Primeiro de Maio.

Concursos fraudulentos realizados em Assaí e em Primeiro de Maio tiveram a participação da mesma empresa fantasma, a Contec Consultoria e Assessoria, de Abatiá (PR). Irregularidade consistia na simulação de procedimento de licitação de empresa para escolha de empresa previamente definida, com o intuito de efetivar servidores que já trabalhavam ou tinham ligação com o Poder Legislativo local.

No caso de Primeiro de Maio, em junho de 2017, o Tribunal de Contas determinou que Fernando Shigueru Matsuki, ex-presidente da Câmara, restituisse R$ 6 mil, corrigidos, ao cofre do município. Além da devolução, foram aplicadas oito multas de R$ 1.450,98 a Matsuki e aos demais responsáveis pela fraude.

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