Escola de Ibiporã tem segurança reforçada após postagens em tom de ameaça

Postagens de um estudante do terceiro ano do ensino médio do colégio estadual Olavo Bilac, em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), na rede social Facebook, provocaram pânico entre pais e alunos nesta sexta-feira (22). As publicações insinuavam um suposto ataque inspirado no caso de Suzano, no interior de São Paulo, em que sete pessoas foram mortas por dois jovens que invadiram a escola, e chegou ao conhecimento da direção no final da semana passada.

Desde então a situação vem sendo acompanhada, com o apoio do NRE (Núcleo Regional de Educação) de Londrina. Entretanto, ganhou proporção na manhã desta sexta quando o aluno, de 18 anos, postou em sua conta a frase “entrando atirando”. Neste mesmo dia ele faltou à aula. Estudantes do colégio relataram à FOLHA que durante o intervalo foi ouvido um estampido, o que gerou corre-corre entre os presentes. Posteriormente foi notado que o barulho teria sido originado pelo estouro de embalagem de chips.

Em razão do sentimento de apreensão que se criou, vários pais foram buscar os filhos mais cedo na aula. A PM (Polícia Militar) foi acionada, enviado três viaturas até o colégio, porém nenhum fato grave foi registrado. “Minha filha me ligou por volta de 10h30 pedindo autorização para liberar da aula por causa da postagem”, relatou a mãe de uma aluna da mesma sala do rapaz.

A reportagem esteve na escola no período da tarde e o clima era de calmaria, mas com a história muito comentada. Diversas famílias não enviaram os filhos com medo. Os pais que levaram demonstravam receio. “Só trouxe meu filho porque tinha trabalho na aula valendo nota. Antes dele entrar demos umas duas voltas pelo colégio para ver como estava. Falei com uma funcionária e ela disse que era tudo notícia falsa. Mesmo assim é algo a se observar”, contou a mãe de um dos alunos do fundamental. O colégio Olavo Bilac é o maior de Ibiporã, com cerca de 1.600 matriculados, distribuídos entre fundamental II, ensino médio, profissionalizante, subsequente e Celem (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas). 

REFORÇO NA SEGURANÇA

O NRE esteve na instituição nesta sexta-feira após a repercussão, onde se reuniu com a direção. De acordo com a assistente técnica do núcleo de Londrina, Polyane Primo, algumas medidas já foram adotadas, como oficiar a polícia pedindo reforço durante a entrada e saída dos estudantes. “Pedimos este apoio da ronda e os próprios funcionários da escola farão um controle maior nos momentos de movimentação intensa. Demos todas as orientações de cuidado com o coletivo e com este estudante”, explicou. Como o NRE está sem titular nomeada, é ela quem tem respondido pelo órgão.

O ocorrido tem sido tratado com muito cuidado pelas autoridades, que ainda estão analisando até que ponto a atitude do rapaz não passou de postagens. “Precisamos saber de fato o que está acontecendo, se é uma ameça concreta ou não. Temos que ter cuidado para não polemizar de maneira errada. A proteção precisa ser para com este estudante, para não ser julgado, assim como com a comunidade escolar”, apontou.

Segundo a direção do colégio estadual Olavo Bilac, o fato da narrativa ter se espalhado pelas redes sociais criou muitas inverdades, que estão tendo que ser esclarecidas às famílias e principalmente junto aos alunos. “Pais vieram para a escola apavorados”, destacou a diretora-geral da instituição, Maria Regina Nicolau. As aulas não foram alteradas ou suspensas na sexta-feira. A escola já tem em seu conteúdo pedagógico a discussão de temas sobre bullying e “fake news” e a promessa é que isso seja intensificado a partir de agora.

'HUMOR NEGRO'

A PM cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do estudante de 18 anos, responsável pelas publicações, no entanto nada foi encontrado. Os pais dele também foram avisados sobre o caso. Em sua conta no Facebook, o jovem assumiu a autoria das postagens em tom de ameça, que foram apagadas posteriormente. Ele garantiu que tudo não passou de uma brincadeira de 'humor negro'. “Eu não vou matar ninguém e peço desculpas aos pais e familiares que acreditam que tenho tal intenção. Não tenho”, ressaltou ele, que é classificado como uma pessoa tranquila. 

 

da Folha de Londrina

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