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Norte do Paraná
Postado dia 15/02/2019 às 14:38:24
Irmãos vendem geladinho para participar de competições de taekwondo
Os gêmeos Kauan e Rhuan Lourenço, de 14 anos, são atletas de taekwondo e estão no segundo e quarto lugar do ranking nacional da categoria. Mesmo com bons resultados, os irmãos só conseguem continuar treinando e competindo porque vendem geladinhos em Londrina, no norte do Paraná.
A produção de geladinho foi a forma que os meninos e os pais deles encontraram para não desistirem do esporte.
A família vive no bairro São Jorge, na região norte, e não tem condições de bancar as viagens para as competições. Para eles era informar os meninos que o sonho tinha acabado ou criar uma maneira de alimentar ainda mais o desejo de crescer na modalidade.
"O pai faz qualquer sacrifício pelo filho, a gente tira forças não sei da onde para manter os dois no esporte. Como está calor, optamos por vender geladinho. Começamos em uma geladeira menor, o pessoal foi comprando, fomos recebendo pedidos, inclusive no portão de casa, e agora estamos nos destacando com geladinho", afirma o técnico de manutenção, Newton Lourenço Júnior.
A família fica até de madrugada produzindo e, a cada novo geladinho, uma motivação a mais para os garotos.
"Tem que ter motivação para conseguir o dinheiro pra ver se conseguimos viajar", diz Rhuan.
"Quando estou competindo lembro de todo empenho que tive. Penso que tive mais trabalho para estar ali do que ele, e isso serve de motivação para lutar e garantir um resultado", afirma Kauan.
A ideia deu certo e a vizinhança do bairro virou cliente.
"É muito bom poder colaborar com os meninos que estão nessa luta", conta a vizinha, Fátima Martins.
Com dedicação e apoio de muitos consumidores, os meninos conseguem treinar ainda mais focados. Eles sabem que o esforço de hoje fará diferença no futuro.
"Geladinho me dá motivação para os treinos e competição. Não adianta ter o dinheiro e lá não dar o melhor", diz um dos meninos.
“Tenho o sonho de chegar na seleção brasileira, ser titular, competir em mundial e participar de uma Olimpíada. Esse é o sonho de todo atleta", conclui Kauan.
Uma história que mostra que ficar sentado reclamando não adianta nada. A pergunta a ser feita é: ‘O que eu posso fazer para conseguir?’. No caso desses meninos a resposta está nas mãos deles.
do G1