Norte do Paraná

Postado dia 14/12/2018 às 19:22:21

Percevejos assombram sojicultores no Norte do Paraná

A presença de percevejos nas lavouras de soja tem dado dor de cabeça para agricultores do Brasil todo, pois a sua população tem crescido nas últimas safras. Com o objetivo de discutir o assunto, as regionais Londrina, Arapongas, Mauá da Serra e Assaí da Cooperativa Integrada, em parceria com a empresa fabricante de defensivos UPL, realizaram, na semana passada, um encontro com produtores.

Controle de pragas - Seisuke Ito, superintendente de insumo e técnica da Integrada, explica que o evento foi criado pela necessidade em discutir junto aos produtores a importância do controle de pragas. Ito afirma que o percevejo reduz os índices de produtividade e os danos causados pelo percevejo prejudicam os grãos até mesmo quando armazenados.

Efeito - “Todas as empresas que trabalham com soja estão sentindo esse efeito negativo pelos danos dessa praga”, observa o superintendente. Ele explica que o percevejo pica a soja e deposita um fungo dentre dela. Esse fungo se desenvolve durante o armazenamento da oleaginosa. Com o tempo, mesmo em condições de armazenamento, a soja começa a fermentar. O prejuízo, afirma Ito, é ainda maior quando se trata de produção de sementes.

Incidência - Bruno Carlos Baldo de Souza, representante técnico de vendas da empresa UPL, afirma que o percevejo é uma praga que vem aumentando ano a ano e cada vez mais tem sido difícil de controlar. “A ideia do evento surgiu para incentivar os produtores de sementes para que se atentem ao manejo dessa praga”.

Especialista - Um dos pontos altos do evento foi a presença do professor da Universidade Silvestre Bellettini, da Universidade Norte do Paraná (UENP), especialista em pragas. Segundo ele, o percevejo é uma das principais pragas da soja e é de difícil controle. Um dos motivos pelo crescimento da população se deve à sucessão de culturas (Soja + Milho), que não deixa interromper o ciclo das pragas.

Manejo - Belletini afirma também que os produtores relaxaram nos últimos anos no que se refere ao manejo de pragas, permitindo o crescimento da população dos insetos. O professor explica que algumas ações por parte dos agricultores em relação ao controle da praga que estão deixando a desejar são; momento adequado de aplicação, o horário de aplicação e o volume de calda a ser utilizada. Todos esses parâmetros precisam ser seguidos para aumentar a eficácia no controle do percevejo.

Qualidade - O professor explica que um grão atacado tem a sua qualidade comprometida, principalmente pela elevação dos índices de acidez. “Precisamos resgatar o Manejo Integrado de Pragas (MIP), principalmente no setor de amostragem, saber o momento de fazer a aplicação em relação ao melhor horário e quais os produtos que nós temos”.

Amostragem - Em relação à amostragem, o professor explica que o produtor precisa antes de aplicar o inseticida saber se há realmente uma infestação com percevejo, onde estão e quantos são. Para isso, a recomendação é o uso do pano de batida. De acordo com dados da Embrapa, é considerada uma infestação, dois insetos por metro no pano de batida para produção de grãos e um inseto por metro na área de produção de sementes.

Posicionamento - O representante técnico da UPL, Bruno de Souza, frisa que o posicionamento da empresa perante à essa praga é o treinamento da equipe técnica da cooperativa por meio do manejo integrado de pragas, com incentivos à vistoria na lavoura e aplicação de químico na hora certa.

Peso - Haroldo Denófrio, gerente da regional Londrina da Integrada e um dos principais idealizadores do evento, afirma que a praga prejudica o bolso do produtor não só em quantidade na hora da colheita, mas também em qualidade porque o grão afetado pelo percevejo perde peso.

Recomendações - Denófrio observa que os agricultores precisam seguir as recomendações dos agrônomos da Integrada. Ainda assim, ele observa que o cooperado não pode deixar a lavoura só na mão agrônomo, pois é preciso fazer constantemente a vistoria na lavoura. Haroldo explica que o inseto é migratório, por isso o técnico pode passar na sua propriedade hoje e voltar somente daqui quinze dias. Nesse período, o inseto pode facilmente passar de uma lavoura para outra. O evento contou com a presença do diretor secretário Sérgio Otaguiri.


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