Política

Postado dia 11/08/2018 às 00:09:51

Quadro Negro: conversa de Traiano com dono de construtora revela negociação

Um diálogo entre o dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, e o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), publicado pelo jornal Gazeta do Povonesta sexta-feira (10), indicam que o parlamentar interferiu diretamente na liberação de pagamentos a empreiteiras que executavam obras de escolas estaduais. De acordo com o jornal, o diálogo está entre documentos da Operação Quadro Negro que motivaram a instauração de inquérito criminal contra o tucano

Conforme o jornal, uma das conversas – recuperadas a partir da perícia do iPhone de Lopes de Souza, apreendido pelas autoridades – transcorreu em 24 de abril de 2015, quase três meses antes de a Quadro Negro ter sido deflagrada. Na troca de mensagens, Traiano diz a Lopes de Souza que está ao telefone com Edmundo, para “saber qual obra q [que] tem valor de federal para pagar [sic]”.

O deputado menciona ainda que são “obras p [para] Edmundo pagar [sic]”.A Quadro Negro apurou que o Edmundo em questão era o então diretor-geral da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Edmundo Rodrigues Veiga Neto, e “valor federal” se referia a recursos da União que haviam sido destinados a obras em algumas escolas estaduais. De acordo com as investigações, apesar de ser representante do Poder Legislativo, há indícios de que Traiano teria exercido ingerência sobre a liberação de pagamentos a empreiteiras.

Na sequência da conversa, Lopes de Souza menciona a Traiano duas escolas: o Colégio Estadual Willian Madi, localizado em Cornélio Procópio, Norte do Paraná, e o Colégio Estadual Arcângelo Nandi, em Santa Terezinha do Itaipu. As obras nessas duas escolas eram tocadas pela Valor e contavam com verba do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC-2), do governo federal.Posteriormente, a Quadro Negro identificou desvios em ambas. Até o início das investigações, a construção da William Madi estava com apenas 4,7% dos serviços executados, mas R$ 4,3 milhões haviam sido liberados à Valor – quase o valor integral. Já a obra da Arcângelo Nandi estava orçada em R$ 3,7 milhões, dos quais R$ 2,4 milhões viriam do governo federal.

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