Norte do Paraná

Postado dia 01/05/2018 às 05:12:57

Agudo: o pico mais alto do Norte do Paraná

O Pico Agudo, com mil e cem metros no cume, possui agulhas que se destacam no precipício e oferece uma vista deslumbrante'


A trilha corta a montanha enquanto, paralelamente,é possível ouvir o barulho do Tibagi,segundo maior rio inteiramente paranaense. Sapopema fica nessa remota região montanhosa do norte do estado, a 126 quilômetros de Londrina. No feriado de Tiradentes, alguns londrinenses pegaram a PR-090 e trocaram a iluminação urbana por estrelas. Aproximadamente cinco quilômetros antes de chegar à cidade de Sapopema, cerca de 30 aventureiros e turistas encontraram a entrada para o Distrito Lambari, que leva ao Pico Agudo, ponto mais alto do norte do Paraná, com mil e cem metros de altitude. 

Com 30 quilômetros de estrada de terra, passa-se pequenos vilarejos de casas simpáticas, algumas igrejas evangélicas e um boteco. A flora de resquícios da Mata Atlântica acolhe a via durante o percurso. Os carros atravessam um riacho. Cruza-se uma escola com uma quadra poliesportiva e o caminho segue com uma calmaria da paisagem rural enclausurada por penhascos. Eis que surge uma porteira onde Seo Roberto cobra R$15 por pessoa que for subir o Pico Agudo. A cobrança é novidade nos últimos meses, mas, segundo Roberto, "uma rapaziada andou botando fogo e deu prejuízo para o dono da propriedade". O Pico está no terreno da Fazenda In-Nhó-Ó. Agora, os nomes e telefones de quem vai subir são anotados em uma prancheta. 

Os carros são deixados na base do Pico e a trilha tem um início leve. Mata adentro, a temperatura diminui facilitando a caminhada. O meato segue até as entranhas do vale do rio Tibagi e fica mais íngreme até que se chega a um primeiro mirante onde é possível visualizar os carros estacionados e ter uma noção da altitude. O maior desafio ladeira acima é logo depois. Algumas cordas auxiliam a subida. 

Chega-se, finalmente, ao cume, com uma visão sublime do pôr-do-sol. O Pico Agudo possui agulhas, que destacam o precipício. Um desses pontos leva o nome de Reinhard Maack, alemão pioneiro na exploração da região. A noite chega e as estrelas vão se tornando visíveis. Com céu limpo, é possível avistar claramente a mancha branca da Via Láctea. 

O breu noturno só não toma conta do local porque a lua, embora crescente, dá um brilho especial às infindáveis cabanas que disputam espaço no pico. As barracas estão armadas inclusive sobre as pedras. O vento balança levemente a cabana enquanto algumas nuvens tampam a lua e deixam mais evidente o céu de infinitos pontos brancos. O negrume se finda às 6h30 com o nascer do sol. Nuvens se acumulam abaixo do pico com a chegada da manhã, impedindo a vista do Tibagi. 

O londrinense Marcus Koslovski, 27, enfatizou a interação com a natureza. "Minha experiência foi boa, uma reconexão com a natureza, mesmo com muita dor na subida, vale a pena. É cansativo, você não dorme bem, mas o visual é show", conta.

por Isabela Fleischmann, da Folha de Londrina


comente esta matéria »

Copyright © 2010 - 2024 | Revelia Eventos - Cornélio Procópio - PR
Desenvolvimento AbusarWeb.com.br