Deputados das migalhas em verbas, e preocupação com o desenvolvimento regional

Vem eleição por aí, em outubro de 2018, e, principalmente, candidatos a deputado estadual e federal, vão tentar se manter no cargo com o discurso de que, durante seu mandato, encaminhou determinado valor em emenda para alguma obra ou investimento em saúde, educação ou infraestrutura urbana.

Trata-se de discurso falacioso para enganar o eleitorado mais ingênuo, pois o que a população de fato precisa não são de migalhas em verbas estaduais e federais, e sim de um projeto estratégico voltado ao desenvolvimento sócio-econômico dos municípios.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 39% dos municípios do Paraná, ou seja, 154 de um total de 399, tiveram encolhimento de sua população em 2017. A redução se concentra principalmente em localidades com até 20 mil habitantes (36,8% ou 147 cidades). Já aqueles com mais de 20 mil habitantes tiveram a maior proporção de municípios com crescimento acima de 1% (6,8% ou 27 municípios).

A atuação de deputados deve se pautar na defesa de que iniciativa como o programa Paraná Competitivo seja ampliada ainda mais para pequenos municípios e também para regiões menos desenvolvidas do Estado.

Cinco cidades paranaenses – Curitiba (com PIB de R$ 45,7 bilhões), Araucária (R$ 11,9 bilhões), São José dos Pinhais (R$ 11,5 bilhões, Londrina (R$ 8,8 bilhões) e Maringá (R$ 7,2 bilhões) – concentram 45% das riquezas geradas no Paraná. Tal concentração resulta em inchado em grandes municípios e encolhimento das pequenas cidades. A inversão dessa tendência passa pela geração de emprego e renda.

Até então pcupando a posição de menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado, o município de Ortigueira começa a mudar tal realidade, a partir da instalação da Unidade Puma, da Klabin Indústria de Papel e Celulose. A obra começou a ser construída em 2013 e inaugurada em 2016. Com aquele empreendimento, Ortigueira deve receber em torno de R$ 7 milhões em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) por ano. O valor aplicado na construção da nova fábrica era 1038% maior do que o PIB do município em 2014 (R$ 674,14 milhões).

De acordo com o levantamento do Ipardes, além de Ortigueira, os municípios que mais cresceram de participação na economia do Estado foram Mallet (64,09%), Matelândia (60,32%), São João (54,31%) e Joaquim Távora (49,35%), Fazenda Rio Grande (47,05%), que recebeu R$ 931,7 milhões em investimentos, e Adrianópolis (47,05%), que teve o aporte de R$ 1,7 bilhão para a instalação de quatro cimenteiras.

Diante de tal cenário, importante que lideranças políticas e comunitárias de cada município e regiões do Estado cobrem principalmente de seus representantes na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados a defesa de uma pauta de reivindicações que contemplem o desenvolvimento sócio-econômico para todo o Paraná.

 

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