Norte do Paraná

Postado dia 24/07/2017 às 00:56:20

Piscicultura será retomada com funcionamento de frigorífico

A piscicultura está sendo retomada no Norte Pioneiro, que possui grande número de criadores. A região conta com a Apinor (Associação de Psicultores do Norte Pioneiro), que reúne criadores de peixes nos sistemas de tanques rede e escavados, e criou recentemente a Coaqui (Cooperativa Agroindustrial dos Aquicultores do Norte Pioneiro) para apoiar na comercialização, além de oferecer poder de barganha na hora da negociação. A Emater também está apoiando o grupo, oferecendo assessoria, capacitação técnica e organização da produção. 

Demanda antiga dos produtores, o frigorífico para o abate dos peixes começará a funcionar na primeira quinzena de agosto, após anos de imbróglios na liberação e com furtos de maquinário e cabos. O local, que fica em Cornélio Procópio, foi disponibilizado pelo município e recebeu certificação do Serviço de Inspeção Federal, do Ministério da Agricultura. Ele possui capacidade para abater até 30 mil quilos de tilápias por dia. 

"Nossa expectativa para começar os abates é extremamente positiva. Estamos vindo de um ano de planejamento. Fizemos adequações no frigorífico e estamos caminhando para o sucesso. Em termos de clima, temos uma região melhor para produção do que Toledo (Oeste), e só não somos um dos maiores produtores do Estado porque faltava a questão da organização, o que conseguimos agora", elenca Marcos Takuti, presidente da Apinor. O maior polo do Paraná está na região Oeste, que é responsável por 69% da produção estadual. 

Contando atualmente com 22 criadores de peixes na cooperativa e 39 na associação, a projeção é que o número aumente em breve. "Temos muitos produtores que estavam inativos e estão voltando a produzir", explica. A Emater estima que no Norte Pioneiro existam cerca de 110 famílias de agricultores que podem, de forma imediata, retomar ou ampliar suas criações de tilápias em tanques escavados. 

O planejamento para abate também é gradual. Neste primeiro mês, serão 20 toneladas mensais com o frigorifico funcionando duas vezes por semana. Em outubro e novembro, a previsão é de 40 toneladas em quatro dias semanais e até abril de 2018 o abate deverá ser de 100 toneladas de tilápias por mês, com funcionamento diário e gerando receita bruta anual de aproximadamente R$ 5,4 milhões. 

Antiga Associação de Piscicultores em Tanques Rede do Norte do Paraná (APTR), a Apinor aposta nessa retomada em uma quantidade maior de criadores de peixes em tanques escavados. Isto foi o principal motivo para a mudança do nome, como forma de também envolver este grupo. "O tanque rede gera mais custos, por isso quase que a totalidade da nossa produção será oriunda de tanques escavados", justifica o presidente da associação. O criador vai gastar cerca de R$ 3,00 para produzir um quilo de tilápia e poderá vender para a cooperativa por cerca de R$ 4,50 o quilo. 

APOIO 

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater, Miguel Antonio Antonucci, além da orientação técnica, a empresa pública está organizando ações de apoio e estratégias para agregar valor ao produto primário, o que fará aumentar a renda das famílias. "Estamos promovendo reuniões e dias de campo com o objetivo de mostrar de que forma a cooperativa vai funcionar. Também estamos capacitando tecnicamente esses produtores para que tenham sucesso financeiro com a retomada da atividade", explica. 

Um dos pioneiros pela rentabilização da criação de peixes na região, Jefferson Osipi ressalta que o projeto trará benefícios para toda a região. Ex-presidente da associação, ele acredita que, tanto a cooperativa, quanto a Emater, vieram para somar. "Quando fundamos a associação era para defender os produtores que não podiam criar peixe no Paraná. Quinze anos depois, estamos colhendo a semente do que plantamos. Tudo isso vai somar na estrutura que já tínhamos." 

Além da Emater, a Apinor e a Coaqui também estão em busca de parceiros para colaborar na comercialização do produto, com revendedores responsáveis por oferecer o produto. Uma das intenções é de que os peixes possam ser vendidos para consumo na merenda escolar. "Por isso buscamos o caminho da cooperativa, que pode comprar e vender, o que a associação, por lei, não pode", afirma Marcos Takuti.

por Pedro Marconi, da Folha de Londrina

Emater/Divulgação - De custo mais baixo, a maioria da produção de peixes virá de tanques escavados

 


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