Norte do Paraná

Postado dia 13/06/2017 às 22:05:04

UENP aprova cotas raciais e sociais para cursos de graduação

O Conselho Universitário (Consuni) e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) reunidos(foto), aprovaram, por unanimidade, nesta segunda-feira,dia 12, a implantação de uma política de Ações Afirmativas na forma de cotas sociais e raciais para os cursos de graduação da Instituição.

Com a decisão, os processos seletivos de ingresso, a partir desse ano, destinarão 40% das vagas para alunos cotistas, sendo 20% delas para candidatos de escolas públicas e outros 20% para autodeclarados negros e também oriundos de escola pública.

A reunião para a votação da proposta, realizada na Sala dos Conselhos da Reitoria, foi presidida pela reitora Fátima Aparecida da Cruz Padoan. 

Com a aprovação, o próximo vestibular da UENP, marcado para os dias 19 e 20 de novembro desse ano, já será realizado com o sistema de cotas. O mesmo percentual será aplicado no processo SiSU. Para apresentação da proposta para a implantação de cotas na Universidade, a Comissão de Estudos de Ações Afirmativas da UENP, formada por professores dos três campi da UENP e estudantes do curso de História da instituição, contou com o apoio do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que foi uma das primeiras universidades do país a implantar as políticas de cotas sociais e raciais. Os trabalhos incluíram ainda a realização de eventos institucionais nos três campi, para discutir o tema e tirar dúvidas da comunidade acadêmica.

A comissão realizou um trabalho extenso. Desde a pesquisa e coleta de dados que comprovam a necessidade da implantação das ações afirmativas na UENP, até a elaboração do trabalho científico em cima desses dados. Isso deu credibilidade e respaldo suficientes para que os conselheiros aprovassem a proposta por unanimidade”

Além dos membros do Consuni e do Cepe, alunos de diversos cursos da UENP também participaram da reunião. Para Tiago Dias Damasceno, estudante do 3º ano de História, a aprovação das ações afirmativas “mostra que a UENP está preocupada em promover a justiça e a igualdade social”. A acadêmica e membro da comissão Ana Paula de Oliveira Gomes, do 2º ano de História, ressaltou que a aprovação das cotas foi fruto de um processo de luta e de muito trabalho. “Eu, como estudante negra, fico muito feliz em ver a Universidade da qual faço parte, dando um passo como esse”, partilha. “É muito bom saber que pessoas que partem da mesma realidade social que eu, terão oportunidade de estar dentro de nossa Universidade. Para muitas famílias, será a primeira geração a chegar ao ensino superior”, acentua Ana Paula.

Durante a reunião, foi aprovada a criação de um Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI) e de um Núcleo de Apoio e Assistência Estudantil, para apoio e suporte à política institucional de ações afirmativas, além de uma Comissão de Acompanhamento e Avaliação da Política de Ações Afirmativas na UENP (CAAF). A reitora agradeceu e parabenizou o trabalho da Comissão. “Foi extremamente competente para a articulação de todas as discussões que nos conduziram a esse momento máximo da aprovação”. A reitora acentuou ainda a participação dos professores Jairo Pacheco, Maria Nilza e Angela Maria, da UEL, no processo de discussão sobre a temática. “Temos muito a agradecê-los pela disponibilidade e por toda atenção que contribuiu imensamente para implantação das políticas de ações afirmativas na UENP”, finalizou.


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