Norte do Paraná

Postado dia 25/05/2017 às 23:45:15

Consórcios de Saúde garantem atendimento especializado no Norte Pioneiro

A falta de profissionais na área de saúde é um problema que preocupa a maioria dos gestores municipais no Norte Pioneiro. Na semana passada, a FOLHA mostrou as dificuldades enfrentadas em algumas cidades da região por conta da falta de médicos na atenção básica à população. Em Santo Antônio da Platina e Cornélio Procópio, por exemplo, faltam especialistas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o atendimento aos moradores está comprometido. Há filas de espera por consultas, e nos casos mais graves os municípios precisam recorrer ao Estado para garantirem o serviço ao cidadão. 

De acordo com os secretários de Saúde ouvidos pela reportagem, os municípios encontram dificuldades na contratação de médicos em consequência dos baixos salários oferecidos pelas prefeituras e a falta de reconhecimento profissional. A alternativa então é a contratação da prestação de serviços da categoria, o que acaba onerando os cofres dos municípios. Porém, nem sempre a medida dá certo em razão da burocracia na efetivação do processo juntos aos departamentos jurídicos. 

Em Cornélio Procópio, as contratações ocorrem por meio do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Norte do Paraná (Cisnop). O secretário municipal de Saúde, Anderson Cristiano de Araújo, explica que a remuneração para cada 12 horas de trabalho paga pela prefeitura é de R$ 1,4 mil. Já em Santo Antônio da Platina, o processo ocorre diretamente com os profissionais. Mesmo assim, segundo a secretária municipal de Saúde, Ana Cristina Micó da Costa, não há interessados nas vagas oferecidas pelo Executivo. 

Contudo, a situação precária poderia ser ainda bem pior se não fosse a boa gestão de alguns órgãos do setor como o Consórcio Municipal de Saúde do Norte Pioneiro (Cisnorpi), que até pouco tempo administrava uma dívida de R$ 5 milhões e estava prestes a paralisar suas atividades. Ligado à 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho para administrar entidades como o Hospital Regional do Norte Pioneiro (HRNP), com recursos do Estado e municípios, por exemplo, o consórcio conseguiu equilibrar as finanças, e, consequentemente garantir atendimento à população. 

Em abril, o HRNP registrou recorde no número de partos na unidade. Segundo a administração da casa de saúde, foram 182 nascimentos. Ainda de acordo com o levantamento, foram registradas 225 internações obstétricas, 39 pediátricas, 15 ortopédicas e 16 na UTI neonatal, além de 20 procedimentos de cirurgias geral realizadas. Apesar de manter um quadro enxuto de profissionais, mesmo com despesa em torno de R$ 500 mil mensal, não faltam médicos no hospital. 

Para um dos profissionais ouvidos pela reportagem, o slogan do Programa Mãe Paranaense, do governo estadual: "Quem faz mais acaba fazendo melhor", resume bem os problemas com a falta de médicos na região. "Nos casos de obstetrícia, o governo estadual tem incentivado os pequenos municípios a suspenderem os serviços, que deverão ser direcionados ao HRNP. A ideia é centralizar os atendimentos em locais com estrutura física adequada, e profissionais competentes, o que fortalece a qualidade dos trabalhos e melhora o gerenciamento do dinheiro público", avalia o médico que pediu para não ser identificado. 

Desde a semana passada, a FOLHA tenta ouvir os diretores da 18ª Regional de Saúde de Cornélio Procópio e da 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho sobre o assunto. A informação obtida é que os responsáveis não se encontravam, porém, retornariam o contato assim que possível, o que novamente não ocorreu até a publicação da matéria. 

SANTA AMÉLIA

Na semana passada, ao dizer que a maioria dos pequenos municípios da região sofre com a falta de médicos o secretário municipal de Saúde de Cornélio Procópio, Anderson Cristiano de Araújo, acabou citando Santa Amélia. Na reportagem, no entanto, não ficou claro que o responsável pela pasta referia-se às especialidades médicas, e não à atenção básica à população. Esses atendimentos especializados, como ortopedia, obstetrícia e pediatria, são oferecidos pelos consórcios municipais, nas cidades em que estão sediados. 

Araújo salienta ainda que o objetivo não foi avaliar o quadro de profissionais do município em questão, mas sim traçar um panorama do problema nas cidades que compõem a 18ª Regional de Saúde.

por Luiz Guilherme Bannwart, da Folha de Londrina


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