Norte do Paraná

Postado dia 27/04/2017 às 00:24:13

Prefeitura de Cambará é alvo de busca e apreensão em caso de corrupção

Uma operação realizada pelo Núcleo de Repreensão aos Crimes Econômicos (Nurce) cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Curitiba e em Londrina, no norte do Paraná, contra um empresário e um ex-diretor municipal de obras do município de Cambará. A Polícia Civil tenta solucionar um caso de corrupção registrado na Prefeitura de Cambará. Os mandados foram cumpridos na terça-feira (25).

A operação policial foi baseada em uma ação civil pública protocolada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra ex-prefeito de Cambará João Mattar Olivato, servidores e empresários. A ação apura a contratação indevida de serviços de limpeza, roçagem e manutenção de ruas e terrenos do município, por dispensa de licitação.

Para o delegado responsável pelo caso, Renato Figueiroa, na época, os orçamentos recebidos pela prefeitura para a dispensa de licitação foram produzidos por apenas uma pessoa, que coincidentemente é dona da empresa que venceu o processo licitatório.

“Ao longo de um ano de investigações conseguimos comprovar que o processo licitatório foi fraudado pela empresa vencedora. Era um jogo de cartas marcadas e as investigações revelaram que todos os orçamentos foram feitos pela mesma pessoa investigada. Conseguimos identificar os proprietários das demais empresas, que supostamente teriam participado do certame, e ambos disseram que não encaminharam os orçamentos. Essas pessoas haviam trabalhado anteriormente com o investigado e tiveram seus dados usados na fraude”, disse o delegado.

Os alvos da apuração são suspeitos de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a licitação e crime de responsabilidade com o objetivo de desvio de recursos públicos.

Investigações

A polícia disse que as investigações revelaram que os serviços de manutenção contratados seriam destinados a uma área inicial de 400 mil metros quadrados. No entanto, a prefeitura autorizou o pagamento de 516 mil metros quadrados, sendo que o serviço só foi realizado em 373 mil metros quadrados.

Também se apurou uma denúncia de que a empresa pagou R$ 5 mil de propina a esposa do ex-prefeito.

Além disso, o ex-diretor, alvo do mandado de busca e apreensão, é suspeito de desaparecer com todos os documentos do processo que dispensou a licitação. “Um fato gravíssimo que obviamente demandaria providências por parte da gestão municipal, mas que não ocorreu. Fortalecendo assim os indícios de conivência por parte da administração pública”, acrescentou o delegado.

Na casa do ex-secretário foi apreendido um celular que, de acordo com a Polícia Civil, possui diversos materiais que ajudarão nas investigações.

O que diz a defesa

O advogado de Olivato, Alex Rodrigues Shibata, afirma que não há provas que comprovem a irregularidade e que a questão é política. “No início de 2013, com o aumento no número de focos do mosquito da dengue no estado e no município, a prefeitura contratou uma empresa para realizar a limpeza. O ato foi devidamente fundamentado, e apenas o serviço que foi prestado foi pago. Sobre o pagamento de propina, essa denúncia foi realizada por um ex-secretário da gestão de João, após ter sido dispensado da função. Não há provas que comprovem qualquer irregularidade, a denúncia tem fundamento político”, explicou o advogado.

do G1


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