Para um motorista, que preferiu não se identificar, a angústia só terminou depois da polícia localizar o carro dele que foi roubado. O condutor transportava três homens da Zona Sul para a Zona Norte do município e, quase no fim do trajeto, os passageiros anunciaram o assalto.
“Colocaram uma arma no meu corpo, me colocaram no bagageiro do veículo e andaram comigo pela cidade por uns 40 minutos, mais ou menos. Fui solto na estrada do Coroados”, relatou o condutor.
O motorista foi ameaçado, mas não houve agressão física. Ele ficou sem o carro e sofreu outros prejuízos.
“Levaram minha carteira com um pouco de dinheiro, celular, um carregador. Assusta porque a gente não sabe. Muito tempo andando no bagageiro de um carro, uns caras que não sabiam dirigir direito. Nós estamos aí vulnerável (sic) mesmo né, diante dessa situação”, diz.
A corrida foi contratada por um aplicativo de celular. O programa identifica o passageiro e o motorista responsável, uma tentativa de dar mais segurança e monitorar quem usa os serviços.
Mas, mesmo com a possibilidade de rastreamento, a polícia pede cautela para quem trabalha com o transporte de passageiros.
“Parece que eles gostam mais de colocar nome de mulher, não levanta tanta suspeita e você imagina que não vai ser um assalto”, reflete o motorista.
A Polícia Civil está cruzando informações para tentar identificar os bandidos e diz que é preciso aprimorar os cadastros de aplicativos para reduzir os riscos.
“Infelizmente, é um ambiente virtual e que está sujeito a dados falsos, tanto dos usuários quanto dos prestadores de serviço. Não há uma fiscalização por órgãos públicos, ou seja, está sujeito a este tipo de fraude”, constata o delegado-chefe de Londrina Osmir Ferreira Neves.
Conforme as polícias Civil e Militar as investigações têm rastreado dados dos aplicativos e dos chips dos celulares. Dessa forma, a polícia acredita que identificará os locais que os bandidos estão agindo.
“Sempre há falhas. O motorista de Uber, sempre que é solicitado, deve suspeitar desses pedidos. Se constatar a suspeita, o condutor deve, imediatamente, procurar a polícia”, pontuou o tenente da Polícia Militar Emerson Castro.
A Uber informou que não vai se manifestar sobre esse caso.
do G1