Norte do Paraná

Postado dia 23/08/2016 às 18:11:47

Atingidos por fortes chuvas reclamam da falta de atendimento

Ao menos quatro famílias do Jardim Santa Cruz, em Santo Antônio da Platina reclamaram na tarde desta segunda-feira, 22, da falta de assistência por parte da Prefeitura e da Defesa Civil no atendimento em razão aos danos provocados pela chuva que atingiu a cidade na noite de sábado, 20. As casas foram invadidas por um ‘mar de lama’ que destruiu mantimentos, móveis e utensílios domésticos. Uma moradora está abrigada na casa de parentes

De acordo com a dona de casa Luzia da Silva Mota Ferreira, a residência de sua mãe, a também dona de casa Luíza da Silva Mota, 56, na rua Frei Angélico, foi a mais atingida pelo lamaçal. Segunda ela, até o momento em que a reportagem esteve no local na tarde desta segunda-feira ninguém havia procurado a família para oferecer ajuda. “Estamos até agora esperando por alguém da prefeitura para nos auxiliar. Além da minha mãe, na casa também mora meu irmão, a mulher e dois filhos, um com 9 anos e outro de apenas seis meses. Tentamos falar com a Defesa Civil para avaliar os estragos causados pela tempestade, mas o responsável (Israel da Silva Júnior) disse que não poderia fazer nada a não ser  nos doar uma sexta básica e um caminhão de pedrisco. Sem desmerecer o alimento que estamos precisando, mas fazer o que com o pedrisco em uma rua nessas condições? O que queremos é um laudo que comprove os estragos causados pela serviço mal feito pela empresa contratada pela prefeitura”, cobra Luzia.

Conforme a denunciante, as obras tiveram início há mais de dois meses e o problema só ocorreu por conta do grande volume de terra amontoada na via pública. “Minha família mora no mesmo lugar há anos e já enfrentou chuva muito pior sem nunca ter registrado problemas desta natureza. Acontece que amontoaram a terra para a construírem as galerias e não se preocuparam com a chuva. Minha mãe vive a ajuda dos filhos e uma renda de R$ 70 por mês do bolsa família. Ela perdeu a casa e tudo que havia dentro. Não temos a quem recorrer para comprovar que o problema foi causado pela empresa terceirada pelo município, a não ser a própria prefeitura”, desabafa.

A dona de casa também reclamou da falta de atendimento do Corpo de Bombeiros, e reconheceu o esforço da secretária de Obras. “Quando a chuva começou invadir a casa ligamos para o Corpo de Bombeiros, pois estávamos preocupados com a vida da minha mãe e das crianças. O soldado que me atendeu perguntou se havia alguma parede desabando ou alguém em risco, e após passar as informações ele me disse que as equipes estavam em outra ocorrência, por isso não poderiam nos atender naquele momento. Pouco depois ligamos novamente e fomos informados que estariam deslocando para o atendimento, mas não vieram. O que nos ajudou, em partes, foi a Marlene (secretária de Obras). Ela autorizou um coveiro que se dispôs, operar uma retroescavadeira para desviar o curso da lama, o que evitou uma situação bem pior”, concluiu Luzia.

A auxiliar de cozinha, Crislaine Aparecida da Costa Perez, 28, disse que também contabilizou prejuízos em sua residência, na mesma rua, por conta da lama. “Retiramos vários carrinhos de terra da casa. A água barrenta tomou conta dos cômodos e fizemos o que foi possível para evitar prejuízo, mas não teve jeito. Vamos ver o que estragou para procurar nossos direitos”, disse a moradora.

A dona de casa Luzia Ferreira pede ajude à família. As informações podem ser obtidas através do celular (43)9922-3481.

Outro lado

O Coordenador Municipal da Defesa Civil, Israel da Silva Junior, disse que não foi procurado no fim de semana para tratar do problema em questão, porém, garantiu que todas as medidas pertinentes ao assunto foram tomadas. “O meu telefone permaneceu ligado o tempo todo no sábado e domingo e não tocou por conta disso. Só tomei conhecimento nesta segunda-feira. No entanto, uma equipe da Assistência Social esteve no local e as providências necessárias para amparar as famílias atingidas pelas chuvas estão sendo tomadas. Em relação ao laudo da Defesa Civil, os engenheiros irão avaliar o imóvel e, se for o caso, a família poderá processar a empresa responsável pelas obras pelos problemas causados”, explica Junior.

O comandante do Corpo de Bombeiros de Santo Antônio da Platina, tenente Jefferson Gregório, confirmou as chamadas recebidas pelo Cobom (Centro de Operações do Corpo de Bombeiros) e justificou o atendimento. “Realmente alguém da família ligou em busca de ajuda, mas durante a triagem informou que não havia ninguém em situação de risco, apenas precisava de apoio para conter a água que invadia a casa. O soldado então a informou que não poderia atendê-los naquele momento, pois as equipes de plantão estavam atendendo uma ocorrência na BR-153. Mais tarde, porém, houve um novo chamado da família, mas não cabia ao Corpo de Bombeiros o atendimento e o solicitante foi informado. Não deixamos ninguém esperando”, garante o oficial.

por Luiz Guilherme Bannwart, do Tá No Site


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