Política

Postado dia 19/05/2015 às 16:02:11

Documento mostra que preso por fraude pagou obra em comitê de Beto Richa

Investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na Operação Publicano, o auditor fiscal preso Luiz Antônio de Souza pagou do próprio bolso pelas divisórias do comitê londrinense de campanha à reeleição do governador Beto Richa (PSDB). O estabelecimento ficava perto do Terminal Urbano, na região central da cidade, no ano passado.

A Operação Publicano investiga um esquema existente dentro da Receita Estadual que favorecia a sonegação de impostos dos grandes devedores em troca propina. Souza assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público (MP). Ele disse que foram arrecadados R$ 2 milhões em propina somente pra campanha de Richa à reeleição.

Numa busca feita na prestação de contas da reeleição de Richa, a reportagem constatou que não há doação oficial de Souza. O estabelecimento comercial também não aparece como doador ou fornecedor de campanha.

Com relação às divisórias do comitê em Londrina, o advogado de Souza, Eduardo Duarte Ferreira, relatou que o custo foi de R$ 15 mil a R$ 25 mil e que o material foi comprado em mais de uma loja.

O Jornal de Londrina e a RPC tiveram acesso a uma nota fiscal, no valor de R$ 5.785, da empresa Gmad Complond Suplementos para Móveis, de 29 de julho do ano passado. De acordo com o documento, o local de entrega do compensado usado nas divisórias foi o comitê de Richa.

A nota está em nome de Souza e é uma comprovação do que ele disse a respeito desse episódio ao MP no acordo de delação premiada. O advogado da empresa, Vinícius Borba, confirmou a autenticidade do documento e informou que a compra foi paga parte em dinheiro e parte com cartão de débito.

PSDB nega despesa

A reportagem não localizou Vítor Hugo Dantas, que foi um dos coordenadores locais da campanha de Richa e que hoje é responsável pela Região Metropolitana de Londrina (Comel). Na sede da Comel, funcionários informaram ontem que ele estaria em uma reunião em Porecatu.

Por meio de nota, o PSDB do Paraná disse não reconhecer a despesa relatada por Souza. “A coordenação da campanha eleitoral do PSDB não encomendou o referido material, não autorizou e nem recebeu qualquer nota fiscal referente ao alegado serviço. Todos os serviços contratados em 2014 pela coligação Todos Pelo Paraná e suas correspondentes notas fiscais foram apresentados no relatório de prestação de contas aprovado pela Justiça Eleitoral”.

Lava Jato

Os ex-deputados federais André Vargas (sem partido), Pedro Corrêa (PP), Aline Corrêa (PP) e Luiz Argôlo (SDD) viraram réus. O Juiz federal Sérgio Moro acatou as três denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal. Além dos ex-parlamentares, outras nove pessoas também vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção, peculato e organização criminosa.

do Paraná Online


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